30 mai, 2018 - 09:54
O crescimento económico em Portugal deverá manter-se acima dos 2% este ano e no próximo, mas poderá desacelerar um pouco. É a previsão da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), divulgada esta quarta-feira.
O crescimento poderá ser de menos uma décima daquilo que estava previsto pelo Governo português (de 2,3% para cada um dos anos). Isto, por causa da conjuntura europeia e do nível da dívida portuguesa, justifica a OCDE.
A recuperação económica vai, contudo, manter-se “suportada pelas reformas do passado e pelas condições favoráveis ao comércio externo e à procura interna”, lê-se no relatório, segundo o qual o consumo continuará a crescer devido ao forte aumento do emprego.
No “Economic Outlook” de maio, a organização reconhece também os efeitos positivos da política orçamental – moderadamente expansionista em 2018 e globalmente neutra em 2019 – e destaca as medidas para a melhoria das qualificações, que procuram reforçar a recuperação económica por via de um aumento da produtividade.
Ainda assim, a OCDE apelo ao Governo português que faça reformas estruturais para a aumentar a produtividade, nomeadamente na melhoria da eficiência do sistema de ensino profissional e no apoio à acumulação de competências no ensino geral.
O investimento será consolidado este ano pela execução dos fundos comunitários, diz a organização.
Orçamento “apropriado”
No “Economic Outlook” de maio, a organização reconhece também os efeitos positivos da política orçamental – moderadamente expansionista em 2018 e globalmente neutra em 2019 – e destaca as medidas para a melhoria das qualificações, que procuram reforçar a recuperação económica por via de um aumento da produtividade.
Segundo a OCDE, a política orçamental para este ano e o próximo "é apropriada, dada a necessidade de manter a sustentabilidade financeira sem dificultar, ao mesmo tempo, a recuperação económica".
Neste contexto, a projeção de redução do défice nos próximos anos "é apropriada": a OCDE alinha a sua previsão com a do Governo para este ano e para o próximo, antevendo um défice de 0,7% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2018 e de 0,2% em 2019.
A organização apela, contudo, ao Governo português que faça reformas estruturais no sentido de promover a produtividade. Defende, nomeadamente, medidas para melhorar a eficiência do sistema de educação vocacional e para apoiar o acumular de competências no sistema de educação geral, que iria beneficiar de mais formação para os professores e de um "melhor apoio aos alunos em risco".
Governo manterá o curso tomado
O Governo já reagiu ao relatório da OCDE, garantindo que manterá as reformas em curso.
Em comunicado enviado à Renascença, o gabinete do ministro das Finanças “reafirma o seu compromisso” de prosseguir “a execução do Programa Nacional de Reformas para aumentar o crescimento potencial da economia, melhorar as condições do mercado de trabalho e consolidar as contas públicas”.
No que toca à produtividade, o gabinete de Mário Centeno realça “a importância da implementação da Estratégia Nacional de Competências, em parceria com a OCDE, e articulada através de um conjunto de medidas estruturantes de grande alcance para a educação, formação e emprego, entre as quais o Programa Qualifica, o Indústria 4.0 ou o INCoDe.2030”.