04 jun, 2018 - 11:03
O primeiro-ministro, António Costa, convidou, esta segunda-feira, os empresários norte-americanos com investimentos no Reino Unido a escolherem Portugal como "segunda casa", após o Brexit, salientando os benefícios económicos resultantes de manterem o acesso ao mercado único europeu.
Costa falava na sessão de uma abertura de uma conferência denominada "Estados Unidos e Portugal uma parceria para a prosperidade", na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, e que será esta tarde encerrada pelo Presidente da República.
O primeiro-ministro, que vai visitar os Estados Unidos entre 10 e 16 deste mês, introduziu o tema do Brexit já no final do seu discurso, observando que, na sequência da saída do Reino Unido da União Europeia, Portugal e os Estados Unidos passarão a ser os países mais próximos geograficamente.
"Temos todas as condições para desempenhar esse papel de estreitamento de relações no mundo transatlântico - e essa cooperação vai seguramente reforçar-se com o Brexit", sustentou.
Numa plateia maioritariamente constituída por diplomatas e empresários, Costa assumiu depois que "muitas empresas norte-americanas, a exemplo de muitas outras exteriores à União Europeia, desejam continuar no Reino Unido" mesmo após a saída da UE.
"Mas, não desejando sair da União Europeia, essas empresas necessitam de encontrar uma segunda casa que lhe permita manter a sua presença na União Europeia. A todos esses [empresários] quero dizer que Portugal oferece dois em um: A possibilidade de continuarem no Reino Unido; e a possibilidade não saírem da União Europeia ao investirem em Portugal", defendeu.
No seu discurso, o primeiro-ministro fez apenas uma referência indireta à recente decisão da administração norte-americana de impor tarifas alfandegárias nas importações de aço e alumínio da União Europeia, México e Canadá. "Neste momento em que nem tudo corre da melhor entre uns e outros, é também importante que a longa amizade [Portugal e Estados Unidos] seja animada por boas notícias de cooperação e de estreitamente de relações", disse.
Momentos antes, tinha voltado a defender que o porto de Sines pode ser uma porta de entrada para o gás natural liquefeito (GNL) norte-americano na União Europeia. António Costa advertiu, neste ponto, uma vez mais, que esse abastecimento de gás natural proveniente dos Estados Unidos é um importante fator de segurança energética para a Europa.