Siga-nos no Whatsapp
A+ / A-

Mira Amaral. "Monstro elétrico" teve origem no governo de Sócrates

04 jul, 2018 - 19:26

"O desastre do atual sistema elétrico português teve origem em 2007”, disse.

A+ / A-

O antigo ministro da Energia Mira Amaral defende que "o desastre do sistema elétrico teve origem em 2007, quando o governo de José Sócrates, com Manuel Pinho como ministro, decidiu instalar 8.000 megawatt [MW] de potência eólica remunerada".

Em audição na comissão parlamentar de inquérito às rendas da energia, Mira Amaral chamou a si a introdução das novas fontes de energia renovável, quando abriu "a produção elétrica ao setor privado, acabando assim com o monopólio da EDP na produção para estimular outros produtores, designadamente de fontes renováveis", o que, realçou, lhe dá "autoridade política, moral e técnica para criticar o monstro elétrico criado".

"O desastre do atual sistema elétrico português teve origem em 2007, quando o então governo de José Sócrates, com Manuel Pinho como ministro da Economia, com a tutela da energia, decidiu instalar 8.000 MW de potência eólica remunerada por 15 a 20 anos com tarifas 'feed-in' [tarifas bonificadas de venda]", defendeu o antigo ministro.

Para Mira Amaral, "o governo de Sócrates esqueceu-se que já havia muita potência contratada através dos CAE [Contratos de Aquisição de Energia] e CMEC [Custos de Manutenção do Equilíbrio Contratual], os quais asseguravam o pagamento dos custos fixos de centrais que passaram a trabalhar então em apoio às intermitentes, tendo começado a instalar capacidade eólica em duplicação a essa potência existente coberta pelos CAE e CMEC".

"Dos 8.000 MW de eólicas intermitentes, vieram-se efetivamente a instalar até agora cerca de 5.300 MW, número este que é muito superior aos 3.500 MW de potência de consumo em Portugal nas horas de vazio durante a noite", afirmou.

Engenheiro eletrotécnico de formação, Luís Mira Amaral foi, entre 1987 e 1995, ministro da Indústria e da Energia, altura em que surgiram os CAE, figura criada para "atrair investimento", aplicado a duas centrais privadas. Os CAE aplicados à EDP são "posteriores" à sua saída do governo, disse.

"Os CAE às centrais da EDP são de 1996, não foram comigo, mas do governo de António Guterres", declarou.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+