Costa desafia empresários portugueses a descobrirem a Índia

O primeiro-ministro, António Costa, defende que é preciso aproveitar a boa fase da economia portuguesa e aumentar a presença das empresas nacionais no mercado global.

O recado do chefe do Governo foi deixado aos empresários que ainda receiam os grandes mercados como a Índia.

Na assinatura do contrato da empresa portuguesa Vision Box com o aeroporto indiano de Bangalore, para a expansão de uma tecnologia de reconhecimento facial de passageiros, António Costa desafiou esta quarta-feira, em Lisboa, os pequenos e médios empresários a aumentarem as exportações para os países com economias emergentes.

O primeiro-ministro fez as contas: a Índia tem um plano de investimentos em várias áreas - que vai dos aeroportos ao imobiliário - no valor de dois mil milhões de dólares até 2023.

Trata-se de um mercado difícil, é longe, mas é possível lá chegar para investir e exportar, sublinha. Aos empresários portugueses, aconselha que é preciso aproveitar a boa fase de crescimento económico em Portugal e as boas oportunidades que a Índia dá.

“Se nós queremos dar sustentabilidade a este crescimento económico, temos que aumentar, significativamente, as nossas exportações e a nossa presença no mercado global, e a Índia mostra bem o potencial que tem. No ano passado, aumentámos as nossas exportações em 8%; para a Índia aumentámos 50%. O comércio conjunto entre os dois países aumentou 16%, uma pequeníssima parte do enorme potencial de crescimento que a Índia oferece às nossas empresas.”

A embaixadora indiana em Portugal, Nandini Singla, lançou um apelo aos empresários portugueses: a Índia precisa de praticamente tudo em todas as áreas.

“Sei o que estão todos a pensar: ‘sim, as oportunidades na Índia são enormes, mas ouvi que é um lugar difícil para fazer negócio’. A isso respondo que a Índia de hoje não é a mesma de há cinco ou de há dez anos. É uma índia que produziu 15 mil reformas e políticas só nos últimos dois anos."

Nandini Singla diz que a Índia está a crescer mais de 8% ao ano e considera como a melhor notícia que a economia portuguesa esteja a evoluir tão bem, e que este é um momento de ouro para estreitar os laços entre os dois países.