11 set, 2018 - 10:24
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Três em cada dez portugueses entre os 25 e os 43 anos não concluíram o ensino secundário, segundo o relatório da OCDE “Education at a Glance 2018”. Os dados, relativos a 2016, colocam Portugal entre os últimos de uma lista dos 35 países da OCDE.
Com taxas de escolaridade inferiores a Portugal encontram-se apenas o México, onde a maioria dos jovens adultos (52%) não concluiu o secundário; a Turquia, com uma taxa de 44% de insucesso escolar; e a Espanha, onde 34% dos jovens também não terminaram os estudos.
Apesar de continuar longe das médias da OCDE (15%) e da União Europeia (14%), Portugal destaca-se como o país que mais melhorou nos últimos tempos. Em 2011, a maioria dos jovens adultos portugueses (56%) não tinha terminado o secundário e, em apenas cinco anos, houve uma redução de 26 pontos percentuais.
Mas ainda existe um longo caminho por percorrer, em especial entre os homens, já que 38% dos rapazes entre os 25 e os 34 anos nunca chegaram a terminar o ensino obrigatório, contra 23% das raparigas. Esta diferença de 14 pontos percentuais “é a maior de todos os países da OCDE”. Em Portugal, este fosso mantém-se nos restantes níveis de ensino e, apesar de as mulheres estudarem mais, os homens conseguem salários mais elevados.
No total da população portuguesa, um em cada quatro adultos não conseguiu terminar o ensino obrigatório, o que representa mais do dobro da média da OCDE.
Creches ganham importância
No acesso ao ensino, o relatório aponta a importância das creches ou de estar com educadores desde tenra idade e revela que em Portugal as crianças favorecidas continuam a ter mais sorte. As crianças cujas mães concluíram o ensino superior
A diferença entre a percentagem de crianças nas creches ou infantários cujas mães concluíram o ensino superior e as crianças cujas mães não passaram da escolaridade obrigatória é de 17 pontos percentuais. Uma diferença também muito acima da média da OCDE (10 pontos percentuais).
Tem havido um aumento de investimento na educação destinada aos mais pequenos. Entre 2005 e 2016 a taxa de matrícula de crianças até aos três anos passou de 64% para 83% e entre as crianças de 4 anos aumentou de 79% para 90%.
O investimento na educação pré-escolar representa cerca de 0,6% do PIB português, semelhante à média dos países da OCDE e da União Europeia. No entanto, o custo médio de um aluno em Portugal ronda os 6 mil euros anuais e a média na OCDE passa os 7.250 euros.
Além disso, a participação de verbas privadas no ensino pré-escolar em Portugal é bastante elevada (36% contra 64% de investimento estatal), sendo 20 pontos percentuais acima da média da OCDE.
O relatório aponta ainda para uma diminuição de educadores (menos 9% entre 2005 e 2016) e um aumento de crianças nas escolas, que se traduziu um rácio de um professor para cada 17 crianças que frequentavam o pré-escolar em 2016, ou seja, mais três do que a média da OCDE.