29 out, 2018 - 19:44 • José Carlos Silva
O presidente da associação que reúne as empresas de transporte pesado de passageiros, Luís Cabaço Martins, diz que a redução de três cêntimos na gasolina “não vem promover o transporte público, antes pelo contrário”.
“Vai premiar a utilização do transporte individual e vai continuar a penalizar aquilo que são as alternativas ambientais que o governo devia proteger e devia ajudar e que é basicamente toda a frota de autocarros do transporte público”, acrescenta à Renascença.
O ministro das Finanças, Mário Centeno, anunciou esta segunda-feira no Parlamento que o Governo vai acabar com o adicional do ISP para a gasolina, que tinha o valor de seis cêntimos. No entanto, agora a redução do valor pago pelo consumidor será de apenas três cêntimos.
Uma boa noticia para quem tem uma viatura a gasolina, mas que em nada muda na vida de quem tem uma viatura a gasóleo.
Os camiões e os autocarros na maioria são viaturas movidas a diesel.
O presidente da Associação Nacional de Transportadores Rodoviários de Pesados de Passageiros assegura que a medida “não vai promover o transporte público, antes pelo contrário. Vai premiar a utilização do transporte individual e vai continuar a penalizar aquilo que são as alternativas ambientais que o governo devia proteger e devia ajudar e que é basicamente toda a frota de autocarros do transporte público”.
Está em causa a sobrevivência do transporte público, sublinha Luis Cabaço Martins.
“O transporte público só pode ser uma alternativa, até do ponto de vista ambiental, se tiver capacidade de subsistir”, reforça o dirigente associativo.
Luis Cabaço Martins acredita que este anúncio do ministro das Finanças “é uma profunda contradição com aquilo que se pretende ser uma política do governo para apoiar o transporte público”.
“Os cerca de 15 mil autocarros que existem em Portugal, são todos a gasóleo”, remata.