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Portugal "precisa desesperadamente" de imigrantes para combater falta de mão de obra

03 nov, 2018 - 10:01

Segundo o coordenador do Observatório da Emigração, Portugal deve facilitar a entrada de estrangeiros e fazer campanhas de recrutamento no exterior.

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O coordenador do Observatório da Emigração defendeu este sábado que Portugal "precisa desesperadamente" de imigrantes e, para resolver o problema de falta de mão de obra, deve facilitar a entrada de estrangeiros e fazer campanhas de recrutamento no exterior.

Para o também sociólogo Rui Pena Pires, o problema demográfico que Portugal e a Europa enfrentam de falta de mão de obra em alguns setores só se resolve com mais imigração. Um caminho que tem de ser feito rapidamente sob pena de se não o fizerem estarem a caminhar para "o suicídio", alertou.

"É um tema hoje complicado de gerir, face aos movimentos nacionalistas que estão a nascer um pouco por toda a Europa, mas se não tiverem mais imigrantes, Portugal e a Europa estão a suicidar-se", afirmou, em declarações à Lusa.

O país "precisa desesperadamente de imigrantes" e passa "demasiado tempo a falar dos problemas da natalidade", considerou.

Porém, Pena Pires defendeu que é necessário "criar condições para que os pais possam cuidar dos seus filhos", sendo certo de que não será através de políticas para a natalidade que se vai resolver de imediato um problema de falta de mão de obra já existente em muitos setores.

"As dinâmicas demográficas da natalidade e da mortalidade não têm consequências a curto prazo", frisou.

Para atrair imigrantes, o país precisa, segundo o professor e sociólogo, de colocar menos obstáculos à entrada de estrangeiros, mas também de "ter políticas ativas de recrutamento lá fora".

Considerando os problemas atuais que os países enfrentam, de movimentos nacionalistas face a grandes fluxos de imigração, Pena Pires aponta exemplos positivos do Canadá e da Austrália. "Têm um peso de 30% da imigração com grande estabilidade e viáveis em todos os aspetos. São países prósperos e pacíficos".

Na opinião de Vítor Antunes, diretor executivo da Manpower, responsável pelo recrutamento para trabalho temporário, e uma das mais antigas a operar no mercado português nesta área, Portugal precisa "de mão de obra, em geral, e de talentos".

Para combater o problema tem de o fazer, "não só pela via do regresso de alguns emigrantes, mas também pela via da imigração", considerou.

Os perfis especializados, ou seja, eletricistas, soldadores, mecânicos, e os técnicos, como motoristas, engenheiros, informáticos, professores, pessoas para as áreas de apoio ao cliente, advogados e investigadores, gestores de projeto e alguns administrativos, são as classes profissionais com mais escassez de recursos humanos, relatou.

Informação sustentada por um estudo que a Manpower lançou recentemente, o "Talent Shortage Survey", que indica que 46% das empresas nacionais revelaram dificuldades acima da média para recrutar o talento certo para o que precisavam, o maior aumento desde 2016, e 35% admitiu que os candidatos não têm as competências necessárias para os lugares, "o que tem vindo a dificultar o processo de recrutamento e seleção".

O 'ranking' dos perfis mais procurados, segundo o mesmo documento, é liderado pelos profissionais especializados e técnicos, motoristas e engenheiros.

"São profissões que estão em constante mutação e cujo desempenho obriga a alguns conhecimentos técnicos e também tecnológicos", disse Vitor Antunes.

O empresário António Mota, dono da Mota-Engil, empresa com negócios em vários países no setor da construção, um dos afetados pela falta de mão de obra, prevê que se o desenvolvimento em Portugal continuar a verificar-se, o país vai "precisar de mão de obra semiespecializada e especializada".

"Portugal precisa de muita mão de obra e precisa que regressem os seus quadros que emigraram", defendeu o empresário.

Para o setor da construção, "falta pessoal e está-se a importar mão de obra de várias origens", afirmou.

Segundo Pena Pires, "Portugal tem de ter outra política de entradas. Porque o país (...) precisa de imigração regular".

"Para isso temos de colocar menos obstáculos aos processos de entradas, mas também de tomar a iniciativa de fazer recrutamento em vários países", considerou.

Comentários
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  • manuel
    07 nov, 2018 lisboa 12:40
    acabem com RUI e ponham esses xulos a trabalhar. Vão a zona das docas nas madrugadas de sábado e domingo e vêem os xulos que andamos a sustentar. Ainda por cima são todos bronzeados.
  • P/RR
    07 nov, 2018 09:06
    Mais um comentário que fiz ontem e não publicaram. Vocês são um nojo! Eu sinceramente tenho muitas dificuldades para entender a vossa censura. Já quase nunca comento, mas comento uma vez por outra e ainda assim não publicam. Cambada de merdosos!
  • FERNANDO MACHADO
    06 nov, 2018 PORTO 15:34
    SERÁ QUE PORTUGAL PRECISA DE ALGUMA COISA ? NÃO PRECISA DE NADA. SENÃO VEJAMOS : NÃO HÁ FRUTA VARIADA NAS INÚMERAS FRUTARIAS QUE TEMOS POR ESSE PAÍS FORA ? NÃO HÁ PÃO FEITO NA HORA NAS INÚMERAS PADARIAS CHAMADAS PÃO QUENTE ? MANDA-SE VIR DE FORA... O PROBLEMA DE FALTA DE MÃO DE OBRA É SÓ DE PROFISSÕES E/OU ACTIVIDADES MENORES. FOI SEMPRE ASSIM NUM PAÍS DE ELITE PROFISSIONAL . EM CONTRAPARTIDA TEMOS EXCESSO DE PROFESSORES, DOUTORES, ENGENHEIROS, FORMADOS ÀS COSTAS !!
  • BORGES Maria
    05 nov, 2018 França 12:18
    Que vergonha ! Portugal nao foi capaz guardar seu povo que foi obrigado a imigrar e agora quer admitir gente de fora. Para onde vai a nossa identidade. Para onde vamos. A minha revolta é essa. Maria do Sameiro.
  • fanã
    04 nov, 2018 aveiro 19:43
    Rectifico ...O Sr. Coordenador do O.de E de Portugal, quiz dizer, que portugal precisa desesperadamente de mão de obra escravizada , submissa e paga com esmolas !!!!!!!............... Temos mão de obra suficiente em Portugal , ofereçam salários condignos e condições Sociais de Educação e Saúde e não faltara quem queira trabalhar . Basta de atirar areia para os olhos !!!!!!!!
  • AMS
    03 nov, 2018 Évora 18:53
    Isto só lido porque de real nada. O problema da natalidade existe porque nunca houve vontade de resolver a falta de condições das pessoas, assim, como vários governos disseram, emigrem. O país tem uma dívida irreal, vive no défice, serão precisas duas gerações para pôr o país nos carris ( /- 40 anos). Imigração só para pagar ainda menos de salário, já de si muitas vezes miserável. A globalização foi terrível para a Europa, a informatização, robótica e a automatização vão roubar o resta de empregos.
  • Cidadão
    03 nov, 2018 Planeta TERRA 17:08
    O que Portugal necessita e URGENTEMENTE, é de política de apoio á natalidade. políticas com medidas organizadas e concretas que estimulem os cidadãos a apostarem a sério no seu país e nas suas famílias. O que Portugal necessita é de políticos e cidadãos a sério!!!
  • Cidadao
    03 nov, 2018 Lisboa 12:05
    Completamente contra a corrente, este artigo. Num altura em que se fala em excesso de população a nível mundial, que os recursos são cada vez mais escassos e sobretudo, que a robotização e automação em larga escala vão fazer perder dezenas ou centenas de milhões de postos de trabalho, este articulista quer que entrem cá avalanches de mão-de-obra baratucha e com poucas qualificações, gente para partir pedras a troco de bolotas, coisa que os naturais, obviamente não querem. Que tal pensar ao contrário e dar condições aos naturais - salários condignos, apoios verdadeiros e não retórica, lugares de quadro e não precariedade, condições de progresso nas carreiras - para terem filhos, se é esse o problema? Sai mais barato atrair estrangeirada para condições de trabalho semi-escravo, não é?

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