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​Terminal de contentores do Barreiro: “Há vários interessados, já não preciso fazer consulta pública”

06 dez, 2018 - 00:00 • Eunice Lourenço (Renascença) e Helena Pereira (Público)

Notícia foi avançada pela ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, em entrevista à Renascença e Público.

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Ministra do Mar. "Se continuarmos por este caminho o porto de Setúbal deixará de ser viável"
Ministra do Mar. "Se continuarmos por este caminho o porto de Setúbal deixará de ser viável"

A China não está só interessada nos portos portugueses, mas também na economia do mar, área onde, diz a ministra do Mar em entrevista à Renascença e ao “Público”, Portugal “dá cartas” embora não seja um tema “sexy”.

Decorreu por estes dias a visita do Presidente da República Popular da China a Portugal. Receia que este clima de instabilidade afaste o interesse pelo Porto de Sines?

Existe um grande interesse dos empresários chineses bem como de outras nacionalidades, como americanos (não relativamente aos mesmos terminais), indianos, holandeses. O Porto de Sines está no top10 europeu. Relativamente à República Popular da China, existe um interesse acrescido relativamente aos contentores por causa da nova Rota da Seda que pode atingir o Atlântico através do Porto de Sines.

O que é preciso para que esse interesse se concretize?

É preciso um novo terminal de contentores. Estamos a falar de 400 milhões. Mas o modelo é de regime de concessão, portanto a parte pública de investimento é muito marginal. Outros países têm muito interesse em explorar um novo terminal de gás natural liquefeito. Falou no Presidente da China, mas relembro também uma entrevista do sr. embaixador dos EUA.

A China poderá entrar também no futuro terminal de contentores do Barreiro. Já teve propostas concretas?

Houve manifestações de interesse por parte de várias entidades, dos atuais operadores do Porto de Lisboa, da Maersk, empresas chinesas. Tinha dito que, antes de lançar o concurso, iria fazer uma consulta pública para manifestações de interesse, mas não preciso de a fazer. Está ultrapassada essa fase.

A instabilidade de Setúbal não afasta algum desse interesse?

Relativamente a Sines e Leixões, não se coloca esse tipo de questões. Relativamente a Lisboa, já é diferente.

Voltando ao Presidente da China, este falou em Lisboa não só de portos, mas da economia do mar. Em que se pode concretizar uma parceria sobre economia do mar?

Toda a economia do mar tem a ver com aquacultura, indústria de transformação do pescado, biotecnologia aplicada a produtos como medicamentos e cosmética, ou energias renováveis oceânicas. Já temos equipas de cientistas portugueses e chineses a trabalhar em conjunto no Instituto Português do Mar e da Atmosfera. Parece que só são sexy os assuntos quando têm greves. Mas não. Por exemplo, nos portos de pesca do continente tivemos um investimento de 400 milhões de euros. Nestes três anos, tivemos já um investimento de 164 milhões. Estamos a falar de aquacultura, transformação do pescado. Na indústria transformadora, vão criar 504 novos postos de trabalho e na aquacultura 263 postos de trabalho. E são investimentos que internalizam grandes inovações tecnológicas. Entramos numa fábrica desta área e parece que estamos na Web Summit (risos). Portugal atualizou-se e dá cartas neste sector. Não é só no turismo que estamos na moda!

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