21 dez, 2018 - 07:21 • Eunice Lourenço
Foram meses de negociações à esquerda e à direita, as votações foram sendo adiadas, pelo meio Helena Roseta demitiu-se de coordenadora do grupo de trabalho que funcionou no Parlamento, no 5 de Outubro Fernando Medina usou o discurso na Câmara para fazer um apelo ao entendimento. Mas esta sexta-feira chega, finalmente, a votação final um pacote legislativo sobre habitação com o qual o Governo pretende dinamizar o mercado de arrendamento urbano.
Como Medina assinalou no 5 de Outubro, o Governo parecia não ter parceiro para esta alteração legislativa: à esquerda não se admitiam benefícios fiscais aos proprietários; à direita as garantias para os inquilinos eram vistas como violações do direito à propriedade e desvio ao funcionamento do mercado. Esta semana, contudo, o processo avançou e foi possível chegar a aprovações indiciárias na especialidade.
Os socialistas conseguiram chegar a acordo – que nalguns dos principais diplomas envolve PSD e Bloco de Esquerda – e vão a votação final vários textos que resultaram da discussão tida durante meses no grupo de trabalho. Prova disso é que vão sobretudo a votos textos de substituição, ou seja textos que já não são resultado imediato de nenhum dos projetos, mas um texto novo nascido no grupo de trabalho e para o qual alguns partidos abandonaram as suas propostas.
É o que acontece, por exemplo com a lei que irá permitir os benefícios fiscais nos arrendamentos de longa duração: é um texto de substituição, que levou a que tanto o Governo como o PSD retirassem as suas iniciativas neste âmbito e o Bloco de Esquerda também deixasse cair o seu projeto que estabelecia medidas de “combate à precaridade no arrendamento habitacional”. Isto faz com que seja necessário voltar a haver votações na generalidade, que sejam feitas votações na especialidade em plenário e, só depois, se façam as votações finais.
De forma sintética e, de acordo com a lista de medidas divulgada pelo Governo, são estas as principais alterações que vão ocorrer: