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Especialista diz que 22 comboios não chegam

07 jan, 2019 - 16:14 • Redação

A CP lançou esta segunda-feira o concurso público internacional para a aquisição de 22 novas composições, no valor de 168 milhões de euros.

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O Governo diz que é o maior investimento dos últimos 20 anos, mas os especialistas consideram insuficiente a compra de 22 comboios, destinados ao serviço regional.

A CP lançou esta segunda-feira o concurso público internacional para a aquisição de 22 novas composições, no valor de 168 milhões de euros.

Manuel Margarido Tão, especialista em transportes, as necessidades exigiam um maior investimento.

"Evidentemente que não é suficiente. Esse número, 22 comboios, já é uma segunda ou terceira versão daquilo que foi anunciado publicamente como as intenções de compra de material circulante para o serviço regional. Começaram por ser 35, de 35 passaram para 28 e de 28 passaram para 22. Portanto, estamos a falar de uma necessidade que se ajusta a um orçamento e não de um orçamento que se ajusta a uma necessidade", contabiliza o especialista da Universidade do Algarve.

Nenhum dos novos comboios é destinado ao longo curso, apesar da frota de 10 alfas pendulares atingir o fim de vida útil em 2030, e de todas as carruagens dos intercidades já terem pelo menos 30 anos.

Na opinião de Manuel Tão dá a sensação de que o Estado parece ter desistido dos serviços de longo curso.

"Possivelmente, o operador, a CP, está a precaver-se contra as derrapagens e os atrasos, que são a regra em tudo o que seja investimento ferroviário neste país”, começa por dizer.

“A intenção é, praticamente, de cobrir a rede ferroviária atual de catenária, ou seja, eletrificação. A questão é sempre a mesma: uma coisa são os planos, outra coisa é a materialização desses planos. Se nós pensarmos num investimento essencial, que é o troço de 47 quilómetros entre a Covilhã e a Guarda, cujas obras foram suspensas por 10 anos, dá para desconfiar”, explica.

O especialista diz que com este ritmo nem daqui a 100 anos “teremos uma rede ferroviária equiparável ao que se passa nos nossos parceiros europeus”.

“Tudo quanto seja auto-estrada neste país faz-se rápido. Tudo quanto é caminho-de-ferro, é para ir fazendo", reitera.

Segundo o professor da UAL, os serviços Intercidades e Alfa não estão cobertos pelas obrigações de serviço público e, portanto, não são contratualizados entre o Estado e a CP.

“Não o sendo, ficam expostos à concorrência. A CP já tornou público, por diversas vezes, que se vai associar à Renfe, os caminhos-de-ferro espanhóis, para explorar o longo curso. Não sabemos se, por parte do Estado português, há uma desistência de apostar no longo curso, atendendo a que, por um lado, há uma intenção de associação com a Renfe, ou seja, a constituição de um operador ibérico no qual estará em hegemonia o caminho-de-ferro espanhol), e/ou o aparecimento de outros operadores, que nós não sabemos quem são, e que podem pertencer a esses grandes grupos que já exploram várias relações inter-urbanas a nível europeus", remata.

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  • Luis Ribeiro
    07 jan, 2019 Faro 19:05
    O Dr Manuel Tão até parece que não vive em Faro! Eu não vivo mas basta olhar para a ferrovia no Algarve para se ter uma ideia. Reparemos: A estação ferroviaria de Faro chama-se "provisoria" á 15 anos!! A ligação da cidade para o Aeroporto, algo que nem sequer devia passar pela cabeça de alguem como sendo inexistente, ainda está para nascer. A ligação para os polos universitários das Gambelas é uma miragem. O metro ligeiro de superficie está nos projeto à 16 anos!! A redução da oferta na Linha do Algarve é permanente. As supressões são regulares. A substituição por autocarros só passou a ser abrangente desde Novembro do passado ano! Veja-se a actuação da CP na passagem de ano no Algarve: supressão de comboios a 31 e 1 de Janeiro. E em Lisboa ? Comboios toda a noite! Veja-se a actuação do Tribunal Arbitral na greve de 24 e 25 de Dezembro. Serviços Minimos só para Lisboa e Porto que no Algarve não existe Natal! Veja-se a politica da reedução do preço dos passes: para Lisboa e Porto porque as crianças dessas cidades são diferentes do Algarve! Fala em electrificação Dr? Hoje fala-se em comboios a Hidrogenio na Inglaterra e na Alemanha! A Holanda, pais com baixa taxa de exposição solar consegue alimentar a rede ferroviaria com energia solar! Dr, á muito que se prepara a privatização do longo curso porque isso é que dá dinheiro. As linhas regionais são para serem residuais e progressivamente desactivadas e substituidas por autocarros. O resto Dr, é conversa fiada.
  • Martins
    07 jan, 2019 LX 17:25
    Se os comboios pagassem portagens e gastassem gasolina ou gasóleo teríamos com toda a certeza uma rede ferroviária exemplar!... LOL

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