17 jan, 2019 - 14:11 • Sandra Afonso
O défice de 2018 pode ficar ainda mais abaixo do que era esperado, depois de, em setembro, as administrações públicas terem apresentado excedentes em vez de défices.
É esta a análise do Conselho das Finanças Públicas divulgada esta quinta-feira, na qual o organismo avisa, contudo, que o Governo tem continuado a cortar no investimento público.
As conclusões constam do relatório "Evolução orçamental das administrações públicas até setembro de 2018", no qual o organismo liderado por Teodora Cardoso escreve que o saldo orçamental do terceiro trimestre do ano passado teve um desempenho sem paralelo.
Pela primeira vez, desde que a série estatística foi iniciada em 1995, as administrações públicas chegaram a setembro com um excedente de mais de 1.100 milhões de euros.
Para este resultado contribui o aumento da receita, que atingiu mais do dobro da subida da despesa. Além disso, estas contas excluem o impacto da recapitalização da Caixa Geral de Depósitos.
Neste contexto, o Conselho das Finanças Públicas já admite que o défice pode vir a ficar nos 0,4% em 2018.
A meta definida é 0,7%, mas tendo em conta o excedente registado até setembro e os encargos com juros, o organismo não só reafirma a estimativa de 0,5% que já tinha avançado como admite que pode baixar em mais de uma décima. Ou seja, vai ainda mais longe que o próprio ministro das Finanças, Mário Centeno, que só admitiu que o défice poderia ficar ligeiramente abaixo dos 0,7%.
Segundo o organismo liderado por Teodora Cardoso, com este desempenho, e se forem recuperadas na totalidade as garantias prestadas ao Banco Privado, como está previsto no Orçamento do Estado, o défice poderá atingir os 0,4% do PIB.