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“O plástico não vai acabar”, é preciso é saber usá-lo

26 fev, 2019 - 10:51 • Marta Grosso com redação

O diretor-geral da Associação de Empresas de Distribuição esteve nas Três da Manhã para falar sobre a substituição do plástico por outros materiais, medida europeia que Portugal vai antecipar.

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As empresas de distribuição portuguesas estão a preparar-se para a mudança. Em 2021, os utensílios de plástico de uso único – como pratos, talheres, cotonetes e palhinhas – devem desaparecer das superfícies comerciais. Em Portugal, tal deverá acontecer já em 2020.

“Portugal ter antecipado uma recomendação da União Europeia para eliminar este tipo de produtos e para alterar comportamentos é positivo. A distribuição em Portugal acha que esta é uma iniciativa positiva”, afirma o diretor-geral da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED).

Convidado do programa As Três da Manhã, Gonçalo Lobo Xavier diz que as empresas não estão preparadas para fazer a mudança amanhã, mas “estão a preparar-se”.

“Há, de facto, muitas iniciativas já a decorrer, de muitas das insígnias que a APED representa, no sentido de substituir estes produtos outros mais responsáveis”, garante. Sobretudo, no que diz respeito às marcas próprias.

É que, além de distribuir produtos disponibilizados pela indústria, a APED tem “muitos produtos de marca própria e é aí que está a fazer intervenções” no sentido de “tornar a embalagem mais pequena e igualmente funcional, disponibilizar artigos com maior incorporação de material reciclado, como os próprios sacos que agora disponibilizamos; a substituição gradual do plástico de origem fóssil por outros materiais, a disponibilização progressiva de loiça e talheres não descartáveis”, indica ainda.

Mas o plástico não é um material proibitivo, sublinha Gonçalo Lobo Xavier. “O que acontece é que há muita utilização má do plástico e é isso que esta campanha pretende alterar: o comportamento das pessoas”.

“É preciso perceber que o plástico não vai acabar”, até porque há produtos que ainda não têm armazenamento alternativo ao plástico.

“É muito difícil substituir alguns desses produtos. Portugal foi muito bem sucedido na substituição” dos sacos de plástico, mas “do ponto de vista da segurança alimentar, ainda não há soluções inteiramente disponíveis para salvaguardar os interesses dos consumidores. Mas é nisso que se está a trabalhar”, avança.



Na semana passada, o ministro do Ambiente anunciou que Portugal vai antecipar a implementação da diretiva comunitária e proibir, já em 2020, os utensílios de plástico de uso único, bem como os sacos de plástico oxodegradáveis.

No ano seguinte, as garrafas de plástico devem passar a ter tara retornável. O funcionamento vai depender dos resultados do projeto-piloto que deve arrancar este ano em espaços comerciais.

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