30 mar, 2019 - 23:30 • Marina Pimentel
António Horta Osório, português que dirige o Loyds um dos quatro maiores bancos de Londres, alerta para os riscos que corre a economia portuguesa, por causa do endividamento do país.
Horta Osório diz que o sector bancário português melhorou muito, embora tenha ainda um problema com o crédito malparado.
No entanto, o gestor defende que grande risco que a economia portuguesa corre tem de ver com o endividamento do país, como um todo, dívida pública e dos particulares, que somada atingia os 293% do PIB no último ano.
A situação pode deixar de ser sustentável, se como tudo indica, as taxas de juro subirem para cerca de dois por cento, num prazo de cinco anos.
“Nós estamos a viver num contexto de taxas de juro muito baixas, e portanto não é difícil atuar num quadro de uma dívida muito alta, mas se pensarmos que o Banco Central Europeia tem o objetivo de inflação de 2%, ninguém deve apostar contra o BCE, porque quando isso acontecer a taxa de juro irá chegar a esse valor”, disse o banqueiro numa sessão organizada pelo CDS-PP, em Lisboa, que encerrou a iniciativa "Ouvir Portugal"..
A dívida total portuguesa é maior do que a italiana ou do que a espanhola.
O diretor-executivo do Lloyds Bank pede ambição a Portugal, e defende que não chega crescer os 2% da média europeia.
Horta Osório pede ainda consenso e estratégia entre todos os partidos para Portugal enfrentar o grande desafio demográfico que tem pela frente.
O país precisa de aumentar a taxa de natalidade, trazer de volta os jovens quadros que saíram do país e atrair imigração de uma forma inteligente. Caso não o faça, em 2045 Portugal terá um reformado por cada trabalhador no ativo.