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Com Portugal a China tem "um pézinho na UE" mas investimento "não é o mais desejado"

13 abr, 2019 - 10:43 • Lusa

Carlos Melancia diz que seria preferível que houvesse investimento direto e que isso deveria ser assunto a tratar nas relações diplomáticas.

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O ex-governador de Macau Carlos Melancia afirmou este sábado que a China escolheu Portugal para ter "um pézinho na Comunidade Europeia", mas o investimento que faz "não é o mais desejado", criticando os governos portugueses por aceitarem essa decisão.

"A China escolheu, entre outras coisas, Portugal para ter um pézinho na União Europeia, antes que os Estados Unidos fizessem acordos com a Europa", afirmou Carlos Melancia, 92 anos, em entrevista à Lusa.

Mas na sua opinião poderia ter feito melhor no modo. "Poderia fazê-lo melhor, com investimento de raiz", realçou, sublinhando: "as participações financeiras que a China realizou em Portugal não são aquelas que do meu ponto de vista seriam as mais desejadas".

Como exemplo, o antigo governador de Macau aponta como exemplo a compra de uma participação na EDP, por parte da gigante chinesa China Three Gorges: essa opção "não cria postos de trabalho. Quando muito resolve um problema financeiro, se for caso disso".

O Governo português, na sua opinião "o que tem feito até hoje é aceitar que as empresas chinesas tomem conta da saúde", por exemplo, mas sem investimento direto. Enquanto que "o que seria útil era isso" para o país, defendeu.

"Se isto não foi tratado [nas relações diplomáticas entre os dois países] deveria ter sido abordado".

Em relação à visita do Presidente da China a Portugal, Xi Jinping, já no final de 2018, Carlos Melancia considerou que o líder chinês tem Lisboa como um parceiro preferencial e que o executivo português deveria ser mais eficaz e exigente nessa gestão.

"Uma visita desta natureza só reforça a minha teoria de que a China apostou que um dos parceiros que lhe interessa para ter um pé na Europa é Portugal", disse.

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