16 abr, 2019 - 15:48 • Lusa
A TAP elaborou um plano de contingência para limitar ao máximo o impacto da greve dos motoristas de mercadorias perigosas e espera que a "situação se resolva com a maior celeridade possível".
"Apesar de ser alheia à greve dos transportes de mercadorias perigosas, em Portugal, a TAP elaborou um plano de contingência para, dentro das suas possibilidades, limitar ao máximo o impacto desta greve nos voos e nos clientes", disse fonte oficial da transportadora, quando questionada pela Lusa.
A mesma fonte admitiu que "até ao momento a operação ainda decorre com normalidade", mas afirmou ter "cancelado um voo (TP1907 Lisboa--Faro) devido à impossibilidade de abastecimento" na cidade algarvia.
"A TAP aguarda que esta situação se resolva com a maior celeridade possível por parte dos intervenientes", acrescentou a fonte oficial da transportadora.
Também o ministro da Economia disse há pouco que, até ao momento, não há notícias de perturbação nos aeroportos por causa da greve dos motoristas, mas alertou para que a situação pode mudar "nas próximas horas" caso não sejam cumpridos os serviços mínimos.
"Nos aeroportos de Lisboa e de Faro, não tendo sido assegurado o abastecimento, atingimos níveis críticos de reservas de combustível de abastecimento dos aviões", afirmou Siza Vieira numa conferência de imprensa realizada no Ministério da Administração Interna, em Lisboa, acrescentando que, se não for retomado o abastecimento nas próximas horas, o país pode "vir a ter perturbações das operações aéreas".
Segundo explicou o governante, existem voos que estão a fazer escalas técnicas para abastecer noutros aeroportos.
"O nível de reserva [de combustível] é crítico", acrescentou o governante.
Siza Vieira adiantou ainda que também as unidades autónomas de gaseificação de Faro e Olhão "precisam de abastecimento nas próximas horas para não ser prejudicado o abastecimento à região do Algarve".
Siza Vieira garantiu que o Governo está a acompanhar a situação e a avaliar em que medida será retomado o abastecimento "a estas infraestruturas críticas" e também a estudar "alternativas" caso a situação venha a piorar.
O ministro afirmou que com a requisição civil, que entrou em vigor esta terça-feira, os motoristas que estão de escala ficam de imediato obrigados a cumprir os serviços mínimos.
Em causa está a greve nacional dos motoristas de matérias perigosas, que começou às 00h00 de segunda-feira, convocada pelo Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP), por tempo indeterminado, para reivindicar o reconhecimento da categoria profissional específica, tendo sido impugnados os serviços mínimos definidos pelo Governo.
Entretanto, a portaria que efetiva a requisição civil dos motoristas de matérias perigosas foi publicada em Diário da República e produz efeitos até ao dia 15 de maio.