20 mai, 2019 - 12:06 • Redação
O gigante tecnológico Huawei assegura ter feito “contribuições substanciais” para o desenvolvimento do sistema operativo Android, garantindo que continuará a disponibilizar atualizações de segurança e serviços pós-venda a todos os seus equipamentos.
“A Huawei fez contribuições substanciais para o desenvolvimento e crescimento do Android. Como um dos seus parceiros chave globais, trabalhámos estreitamente com a sua plataforma de código aberto para desenvolver um ecossistema que beneficiou tanto os utilizadores como a indústria", refere a empresa chinesa num comunicado emitido após ter sido divulgado que a Google deixará de vender componentes e software da marca.
A marca chinesa informa que continuará a fornecer atualizações e serviços pós-venda a todos os seus equipamentos, tanto “aos que já foram vendidos, como aos que ainda estão em armazém”.
A tomada de posição da Google acontece poucos dias depois de o Presidente norte-americano ter declarado “emergência nacional” e proibido empresas norte-americanas de usarem equipamentos de telecomunicações de congéneres estrangeiras consideradas de risco, por poderem aproveitar vulnerabilidades nos serviços e infraestruturas do país para espionagem ou sabotagem.
Pequim e Washington travam guerra comercial
Washington tem pressionado vários países, incluindo Portugal, a excluírem a Huawei na construção de infraestruturas para redes de quinta geração (5G), a Internet do futuro, acusando a empresa de estar sujeita a cooperar com os serviços de informação chineses.
Austrália, Nova Zelândia e Japão aderiram já aos apelos de Washington e restringiram a participação da Huawei.
A Huawei respondeu às medidas da Casa Branca afirmando que está pronta para trabalhar com o Governo dos EUA visando adotar medidas que garantam a segurança dos seus produtos.
"Restringir a Huawei de fazer negócios nos EUA não tornará os EUA mais seguros ou mais fortes; limitará apenas os EUA a alternativas inferiores, mas mais caras, atrasando os EUA na implementação do 5G e, eventualmente, prejudicando os interesses das empresas e consumidores norte-americanos", afirmou em empresa, em comunicado.
Pequim e Washington travam, desde o verão passado, uma guerra comercial, que se agravou na última semana, com os governos das duas maiores economias do mundo a imporem taxas alfandegárias adicionais sobre centenas de milhares de milhões de dólares das exportações de cada um.
No cerne das disputas está a política de Pequim para o setor tecnológico, que visa transformar as firmas estatais do país em importantes atores globais em setores de alto valor agregado, como inteligência artificial, energia renovável, robótica e carros elétricos.
Washington vê aquele plano como uma ameaça ao seu domínio industrial e considera uma violação dos compromissos da China em abrir o seu mercado, nomeadamente ao forçar empresas estrangeiras a transferirem tecnologia e ao atribuir subsídios às empresas domésticas, enquanto as protege da competição externa.