06 jun, 2019 - 22:51
O Sindicato da Marinha Mercante, Indústrias e Energia (Sitemaq) afirmou, esta quinta-feira, que a greve dos trabalhadores da área marítima da Soflusa, convocada para 13 de junho, pode agravar-se caso a "justiça salarial" não seja reposta.
Em declarações à Lusa, Alexandre Delgado, do Sitemaq, confirmou que o sindicato vai estar presente na reunião de negociação com o Ministério do Ambiente e a administração da Soflusa, empresa que assegura as ligações fluviais entre o Barreiro e Lisboa.
"No dia 11 [terça-feira] lá estaremos, mas se não nos agradar o resultado da reunião, o mandato que temos é para agravar as formas de luta", frisou.
O sindicalista falava após um plenário entre os marinheiros, chefes de máquina, oficiais de reparações e auxiliares de terra, que estão descontentes com a atribuição de um prémio aos mestres da empresa.
Os mestres realizaram várias greves, em maio, pela contratação de novos profissionais e valorização salarial.
"Foi decidido um voto de protesto contra a desarmonia salarial que o Governo, secretário de Estado e o conselho de administração resolveram praticar, quando havia um acordo com toda a gente de que este ano não havia propostas", explicou.
Por este motivo, Alexandre Delgado afirmou que "se não for reposta a justiça salarial", os trabalhadores marítimos vão aumentar a paralisação parcial de duas horas por turno para três, a partir de dia 12 de junho, estendendo-se "por tempo indeterminado".
Além disso, equacionam entrar em greve às horas extraordinárias até ao final do ano, assim como a realização de paralisações de 24 horas.
Segundo o sindicalista, também os trabalhadores da parte administrativa não estão satisfeitos com a desigualdade salarial e este descontentamento pode chegar à Transtejo, que assegura as ligações fluviais entre o Seixal, Montijo, Cacilhas e Trafaria/Porto Brandão e Lisboa.
"Isto é como a varíola, vai haver contágio à Transtejo mais dia menos dia", afirmou.