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Inquérito à CGD

​Pinhal desmente ajuda a Berardo para reforço de posição no BCP

11 jun, 2019 - 17:47 • Redação com Lusa

Antigo vice-presidente do Banco Comercial Português foi chamado ao Parlamento para ser ouvido na comissão de inquérito sobre recapitalização e gestão da Caixa Geral de Depósitos.

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O antigo vice-presidente do BCP Filipe Pinhal desmente Joe Berardo sobre informações a respeito de empréstimos concedidos pela Caixa Geral de Depósitos para reforço de posição no banco privado.

“Tenho muito gosto em responder para desmentir o senhor José Berardo. Efetivamente, o grande aumento da posição do senhor José Berardo e tanto quanto sei os empréstimos que ele pediu à Caixa Geral de Depósito tiveram lugar no verão de 2017. Por essa altura o senhor José Berardo estava a assinar uma proposta para ir à assembleia geral de 6 de agosto do BCP para me destituir. Seria altamente improvável que eu ajudasse o senhor José Berardo a ter mais votos para me destituir”, disse Pinhal aos deputados da Comissão Parlamentar de Inquérito à recapitalização e gestão da CGD.

Em causa estão os rumores a que Berardo aludiu sobre os empréstimos que a Caixa Geral de Depósitos estaria a dar para a compra de ações do BCP. O empresário madeirense afirmou junto dos advogados que Filipe Pinhal seria um dos que teria dado essa informação.

No Parlamento, Filipe Pinhal garantiu ainda que Berardo não era o único interessado numa mudança na administração do BCP, apontando nomes como o antigo primeiro-ministro José Sócrates, antigo ministro das Finanças Teixeira dos Santos e antigo governador do Banco de Portugal Victor Constâncio.

“SONANGOL, EDP, CGD, o grupo do sete – Sr. José Berardo, Sr. Bernardo Moniz da Maia, Sr. Manuel Fino, Dr. Diogo Vaz Guedes, Dr. Filipe Botton, Dr. João Pereira Coutinho e o Dr. Vasco Pessanha. Esse conjunto de pessoas alinhadas com o presidente do BCP, Paulo Teixeira Pinto, com os meus colegas de administração, a que devemos acrescentar o Dr. Vitor Constâncio, o senhor ministro das Finanças Teixeira dos Santos e o senhor primeiro-ministro José Sócrates”, elencou Filipe Pinhal.

Filipe Pinhal disse ainda que num almoço com Berardo em maio de 2007 lhe "sugeriu" a venda de ações do BCP a Pedro Teixeira Duarte, que lhe geraria uma "mais valia de 100 a 150 milhões de euros", ao que Berardo lhe respondeu "upa upa", sugerindo que a mais valia seria superior.

"A esta minha sugestão o senhor Berardo respondeu 'E o prémio?'", disse Filipe Pinhal, respondendo que não deveria "haver lugar a prémio, mas talvez a desconto", e que a cotação das ações do BCP estava "inflacionada pela guerra" que Berardo e outros tinham começado.

Depois desta sugestão, Berardo terá dito que o dinheiro proveniente da sugestão "era dinheiro sujo", e que "acima das mais valias estava a honra", de acordo com Filipe Pinhal, que classificou a descrição dos eventos feita pelo empresário de "assaz distorcida".

"A palavra honra na boca do senhor Berardo vale o que cada um lhe queira atribuir", afirmou Filipe Pinhal.

O ex-administrador disse ainda que José Berardo "fazia alternadamente de polícia bom e de polícia mau" na sua relação com a administração do BCP.

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