12 jun, 2019 - 12:07 • Lusa
O total de crédito malparado nos bancos portugueses caiu cerca de 24 mil milhões de euros nos últimos três anos, contribuindo para que os empréstimos de cobrança duvidosa na UE continuem em declínio, segundo dados divulgados pela Comissão Europeia.
O quarto relatório sobre os progressos na redução do crédito malparado na União Europeia (UE), publicado esta quarta-feira, revela que o rácio dos créditos em incumprimento “continua a sua trajetória descendente, rumo aos níveis registados no período anterior à crise” económica e financeira, tendo sido reduzidos em mais de metade desde 2014, com Portugal a acompanhar essa tendência nos últimos três anos, com uma redução em torno dos 50% desde 2016.
A Comissão aponta que “tem trabalhado de forma construtiva com os Estados-membros em busca de soluções para casos específicos na banca, no quadro das regras bancárias e de ajudas estatais, com o claro objetivo de limitar custos para os contribuintes, garantindo ao mesmo tempo que os depósitos permanecem sempre protegidos”.
“Tal permitiu transações que removeram cerca de 133 mil milhões de euros de crédito malparado das folhas de balanço dos bancos ao longo dos últimos três anos, incluindo cerca de 103 mil milhões de euros em Itália, aproximadamente 24 mil milhões de euros em Portugal, e perto de seis mil milhões de euros em Chipre”, aponta Bruxelas.
Segundo dados divulgados em abril pelo Banco de Portugal – mais atualizados do que aqueles hoje publicados pela Comissão Europeia, que remontam ao terceiro trimestre do ano passado -, os bancos portugueses reduziram o crédito malparado acumulado em 50% entre junho de 2016 e dezembro de 2018, tendo o rácio de malparado descido para 9,4% no final do ano passado.
O rácio de malparado nos bancos que operam em Portugal tem vindo a baixar nos últimos anos, face ao máximo de 17,9% atingido em junho de 2016 (17,5% em 2015, 17,2% em 2016 e 13,3% em 2017).
Os bancos portugueses estão, no entanto, ainda longe da média do crédito malparado na zona euro, que era em meados de 2018 de cerca de 5% do total.