Siga-nos no Whatsapp
A+ / A-

​Governo diz que Arrendamento Acessível permite "rendas mais baixas" do que programa de Lisboa

09 jul, 2019 - 22:13 • Lusa

O Programa de Arrendamento Acessível, em funcionamento desde o início do mês, conta já com 35 alojamentos registados e 1.413 candidaturas de inquilinos.

A+ / A-

O Governo defende que o Programa de Arrendamento Acessível (PAA) vai ser "muito útil" em Lisboa, onde os limites de renda são os mais elevados do país, proporcionado até "rendas mais baixas" do que o programa municipal.

Segundo o ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, o programa do Governo de rendas acessíveis consegue, "sem terrenos públicos, sem imóveis públicos, proporcionar rendas mais baixas" do que o programa da Câmara de Lisboa.

Numa audição parlamentar, o titular da pasta da Habitação apresentou uma simulação que compara as rendas dos dois programas para imóveis na freguesia lisboeta de Marvila, com características semelhantes ao que é oferecido no programa municipal de renda acessível, descrito como "apartamento em piso elevado, com elevador, equipado a classe energética C, em bom estado de conservação, não mobiliado, sem estacionamento".

"Um T1 no quadro do PAA são 482 euros e no programa municipal são 500 euros, um T2 no PAA são 603 euros e no programa municipal são 600, um T2 no PAA são 603 euros e no programa municipal 600 euros, um T3 no PAA são 713 euros e no programa municipal são 800 euros, e um T4 no PAA são 791 euros e no programa municipal são 800 euros", avançou Pedro Nuno Santos.

Com base nesta simulação, o ministro respondeu às questões dos deputados sobre as críticas do presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina (PS), ao programa do Governo, nomeadamente ao valor das rendas.

Mais de 1.400 candidaturas no Programa de Arrendamento Acessível

O Programa de Arrendamento Acessível, em funcionamento desde o início do mês, conta já com 35 alojamentos registados e 1.413 candidaturas de inquilinos, segundo dados apurados até segunda-feira à noite, revelou esta terça-feira o Ministério das Infraestruturas e Habitação.

Oito dias após a entrada em vigor, o PAA contabiliza 21.831 visitas à plataforma disponível no Portal da Habitação, que resultou em 3.823 registos, 1.413 candidaturas e 35 alojamentos registados, avançou o gabinete do ministro das Infraestruturas e Habitação.

Com o objetivo de promover uma oferta alargada de habitação para arrendamentos abaixo dos valores de mercado, o PAA prevê benefícios para proprietários e arrendatários, através de candidaturas na plataforma disponível no Portal da Habitação, que disponibiliza simuladores de renda para todos os interessados.

De adesão voluntária, os senhorios vão poder beneficiar de uma isenção total de impostos sobre "os rendimentos prediais resultantes de contratos de arrendamento ou subarrendamento habitacional" enquadrados no Arrendamento Acessível, em sede de Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Singulares (IRS) e de Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Coletivas (IRC), enquanto os arrendatários têm uma redução de, pelo menos, 20% do preço das rendas de mercado.

Para efeitos de elegibilidade no programa, o valor máximo de rendimento anual de um agregado com uma pessoa não pode ultrapassar o valor bruto de 35.000 euros, com duas pessoas o valor máximo de rendimentos é de 45.000 euros e, para mais de duas pessoas, é de 45.000 euros mais 5.000 euros por pessoa.

Neste âmbito, o preço de renda mensal deve corresponder a "uma taxa de esforço que se situe no intervalo entre 15% e 35% do rendimento médio mensal (RMM) do agregado familiar".

O preço máximo de renda no Programa de Arrendamento Acessível pode variar entre 200 euros para tipologia T0 e 1.700 euros para T5, dependendo da posição dos 308 concelhos do país, que estão agrupados por seis escalões, em que apenas Lisboa está nos valores mais elevados, posicionando-se mais de metade dos municípios - 165 - no escalão com preços mais baixos.

O Programa de Arrendamento Acessível aplica-se, exclusivamente, a novos contratos de arrendamento celebrados e suas renovações, podendo ter a finalidade de residência permanente, cujo prazo mínimo é de cinco anos, renovável por período estipulado entre as partes, ou de residência temporária de estudantes do ensino superior, em que o prazo de arrendamento tem como mínimo a duração de nove meses.

A fim de conferir maior segurança e estabilidade aos contratos de arrendamento, o Governo estabeleceu o regime dos seguros obrigatórios a utilizar no âmbito do programa, que visam reforçar a segurança de ambas as partes nos contratos de arrendamento, garantindo o pagamento da renda em casos de quebra involuntária dos rendimentos dos inquilinos, o pagamento da renda nos casos em que seja necessário instaurar um procedimento de despejo por falta de pagamento de renda e o pagamento de uma indemnização por estragos no imóvel que se verifiquem no final do contrato.

Os seguros terão preços e condições mais favoráveis do que as atualmente disponíveis no mercado e permitem dispensar a exigência de fiador ou de depósito de cauções.

Uma vez que ainda não são conhecidos os preços, o Governo esclareceu que os seguros obrigatórios no PAA só são exigíveis depois de divulgados na plataforma, assegurando que todos vão conhecer antecipadamente o custo desses seguros.

"Antes disso, os proprietários que aderirem ao programa não ficam vinculados a contratar esses seguros", garantiu o Ministério das Infraestruturas e Habitação, em resposta às críticas do presidente da Associação Lisbonense de Proprietários (ALP), Luís Menezes Leitão, relativamente à falta de informação sobre o preço dos seguros obrigatórios no PAA.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+