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ANTRAM acusa motoristas de matérias perigosas de chantagem. Governo pede bom-senso

09 jul, 2019 - 19:05

Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) rasgou o entendimento assinado, acusa ANTRAM.

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A Associação Nacional de Transportadores Públicos, Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM) acusa o sindicato dos motoristas de matérias perigosas de fazer chantagem com os patrões e com o país, ao ameaçar com uma nova greve.

Em declarações à Renascença, o advogado da ANTRAM, André Matias Almeida, acusa o Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) de rasgar o entendimento assinado.

“Eu não acredito que haja associados deste sindicato que possam assinar um documento num dia para, passado um mês, virem dizer: ‘está aqui um pré-aviso de greve, porque nós não queremos que isto seja assim’. Isto não é negociar, isto é chantagear não só a ANTRAM, mas o país, ao abrigo de um incontestável poder que já perceberam que têm, que é parar o país”, afirma André Matias Almeida.

Ministro apela "a bom-senso" aos motoristas de matérias perigosas

O ministro das Infraestruturas e da Habitação disse esta terça-feira que foi apanhado de surpresa pela "ameaça de pré-aviso de greve" dos motoristas de mercadorias e de matérias perigosas e apelou "ao bom senso" e ao regresso às negociações.

Pedro Nuno Santos falava aos jornalistas à margem da apresentação do programa de Disponibilização de Património do Estado para Arrendamento Acessível, em Lisboa.

No sábado, o 1.º Congresso Nacional dos Motoristas, que decorreu em Santarém, com cerca de três centenas de motoristas, aprovou, por unanimidade, entregar no dia 15 um pré-aviso de greve a partir de 12 de agosto, por tempo indeterminado, até entrar em vigor o novo Contrato Coletivo de Trabalho (CCT) para o setor, que prevê um aumento do salário base de 100 euros nos próximos três anos

Questionado sobre o assunto, o ministro das Infraestruturas começou por dizer que "o trabalho entre as partes tem decorrido com toda a normalidade", incluindo propostas e contrapropostas.

Por isso, "foi com surpresa que fomos apanhados por mais esta ameaça de pré-aviso de greve. Eu quero apenas nesta fase apelar ao bom senso, ao regresso às negociações, ao abandono do pré-aviso de greve", afirmou o governante.

"Não podemos estar sistematicamente num processo negocial com ameaças de greve, não é assim que se negoceia, não deve ser assim que se negoceia", considerou Pedro Nuno Santos.

"Tem havido abertura de todas as partes para que se continue a trabalhar, por isso a única coisa que neste momento posso fazer é apelar a que os trabalhadores do setor dos motoristas possam voltar à mesa de negociações", apontou.

O ministro explicou que foi apanhado de surpresa porque "não há dados verdadeiramente novos que justifiquem um pré-aviso de greve", reiterou.

Questionado sobre se o Governo está preparado para uma eventual greve em agosto, o governante garantiu que sim.

"Em primeiro lugar, espero que não haja greve, em segundo lugar o Governo português tomará todas as medidas para defender o povo português, para defender o país, para defender a economia, (...) estamos obviamente preparados", afirmou.

"Agora eu espero sinceramente que isso não aconteça porque os trabalhadores do setor estão na iminência de ter um acordo muito importante, com um aumento do ponto de vista salarial muito relevante, muito acima daquilo que é a média dos trabalhadores em Portugal e, por isso, eu espero que não se perca esta oportunidade", rematou.

Os sindicatos dos motoristas de mercadorias e de matérias perigosas enviaram, entretanto, uma carta aberta à ANTRAM. "Não desejamos a greve por variadíssimas razões, a principal é a perfeita consciência do impacto e do transtorno que vai causar aos portugueses e à economia do país. Desde já pedimos perdão aos portugueses por eventuais transtornos no seu quotidiano, não temos dúvidas que compreenderão a nossa luta", afirmam na carta.

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  • Professor
    09 jul, 2019 5 de Out 19:44
    Por muito menos que isto, houve "serviços mínimos" decretados, que na realidade eram "máximos" pois foi toda a classe abrangida, depois requisição civil e quando os sindicatos contestaram com providências cautelares, imediatamente apareceu a declaração de "superior interesse público", para tornear as providências cautelares apresentadas em Tribunal. Estou obviamente a falar da "valentia cobarde" do governo, nas greves aos exames feitas pelos professores. Exames que podiam perfeitamente ser feitos noutra data. E ao governo só faltou em mandar o exército trazer os professores, de arma apontada. Sempre quero ver se agora que se fala em "parar o País", não há requisição civil, não há manipulação da opinião pública para criar uma vaga de fundo contra os grevistas, nem declarações de "superior interesse público" e acabam a ceder a toda a linha.

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