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Greve dos camionistas. ​Portugal tem reservas de combustíveis para 90 dias

25 jul, 2019 - 00:50

Garantia da Entidade Nacional para o Setor Energético deixada na contagem decrescente para a greve dos motoristas de matérias perigosas e de mercadorias, que começa a 12 de de agosto, por tempo indeterminado.

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Portugal tem reservas de combustíveis que permitem assegurar o funcionamento do país durante 90 dias em caso de emergência energética, anuncia a Entidade Nacional para o Setor Energético (ENSE).

"Estas reservas asseguram o funcionamento da economia nacional e do país, durante 90 dias, sem necessidade de importação ou refinação de produtos acabados, e estão aptas a chegar a qualquer ponto do território nacional através do acionamento do plano de emergência da ENSE", refere a entidade.

Segundo a ENSE, este plano "estabelece uma Rede de Emergência de Postos de Abastecimento, identificando, adicionalmente, estruturas que pela sua especificidade, careçam de abastecimento prioritário de carburantes para garantir o seu pleno funcionamento, como sejam hospitais, centros médicos, portos, aeroportos, aeródromos e heliportos".

O comunicado da ENSE surge no mesmo dia em que se ficou a saber que os sindicatos dos motoristas, que entregaram um pré-aviso de greve com início em 12 de agosto, e a Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM) não chegaram a acordo para serviços mínimos.

A ENSE explica que aquela Rede de Emergência de Postos de Abastecimento "identifica os principais pontos de fornecimento e carga de combustíveis, rotas de transporte, empresas transportadoras e bem assim soluções alternativas (meios físicos, mas também humanos) que possam garantir a implementação de diferentes respostas", para "evitar constrangimentos no fornecimento dos diferentes locais de abastecimento, sobretudo, os classificados como prioritários".

"Com o acionamento desta rede de emergência, fica assegurado o fornecimento de combustíveis às populações e às forças e serviços de segurança, garantindo um normal funcionamento do país", salienta o comunicado da ENSE.

O Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas, o Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias e a ANTRAM estiveram reunidos hoje na Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho, em Lisboa, para definir os serviços mínimos para a greve de agosto.

No pré-aviso de greve entregue pelos sindicatos, eram propostos serviços mínimos de 25% em todo o país.

Por sua vez, as empresas propunham 70% de serviços mínimos garantidos.

O ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, garantiu posteriormente no Entroncamento, distrito de Santarém, que o Governo está "a trabalhar" na questão da greve dos trabalhadores dos transportes rodoviários e que os serviços mínimos "serão numa dimensão muito satisfatória".

Na greve anterior iniciada em 15 de abril, o Governo estipulou a garantia dos serviços mínimos com 40% dos trabalhadores em funções, mas apenas para Lisboa e Porto.

Posteriormente, o Governo acabou por decretar uma requisição civil e, depois, convidar as partes a sentarem-se à mesa de negociações.

Os representantes dos motoristas pretendem um acordo para aumentos graduais no salário-base até 2022: 700 euros em janeiro de 2020, 800 euros em janeiro de 2021 e 900 euros em janeiro de 2022, o que com os prémios suplementares que estão indexados ao salário-base, daria 1.400 euros em janeiro de 2020, 1.550 euros em janeiro de 2021 e 1.715 euros em janeiro de 2022.

Segundo fonte sindical, existem em Portugal cerca de 50.000 motoristas de veículos pesados de mercadorias, 900 dos quais a transportar mercadorias perigosas.

A ENSE é a entidade responsável pela armazenagem, na constituição e manutenção da parcela considerada estratégica das reservas de segurança nacionais de petróleo e produtos petrolíferos, tendo também competências em matéria de fiscalização e supervisão de todas as áreas do setor energético.

Comentários
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  • Bruno
    25 jul, 2019 Emigrante 19:39
    Se na prática, as transportadoras já pagam 1400€ por baixo da mesa, porque não colocar esse valor na folha de salário? Para cálculo da reforma, baixa, etc só conta o valor base.. Os tipos tem um base inferior aos Funcionários públicos e não têm segurança no emprego, dá que pensar. Por outro lado, o governo só teria a ganhar com o aumento dos descontos para a segurança social mas continua a fazer o jogo do idiota. O governo ameaça com o exército, e pergunto: "qd são os enfermeiros e médicos a fazer greve, tb vão a fugir dar milhares de entrevistas na tv e dizer que vão fazer requisição civil e colocar o exército a gerir os hospitais?" Isto é um país de malucos que só serve para tirar férias!
  • Cidadao
    25 jul, 2019 Lisboa 12:14
    O País paga caro o abandono da Ferrovia. Optou-se pela Rodovia e empresas de Transporte Rodoviário, que face à fraqueza de CP e afins, agora enchem a boca com reivindicações, porque sabem que são pouco menos que insubstituíveis, coisa que não aconteceria se o Comboio fosse verdadeira alternativa - que de momento não é, evidentemente. Voltem a apostar a sério, mas a sério, na Ferrovia e vão ver como os sindicatos das Empresas de Transporte Rodoviário, logo que vejam que há uma alternativa a sério à Rodovia, metem a viola no saco.

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