01 ago, 2019 - 00:17 • Redação
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O vice-presidente do Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) anunciou nesta quarta-feira ter pedido uma nova reunião ao Governo, com vista a alcançar um acordo e evitar a greve.
Pedro Pardal Henriques explicou, em entrevista à RTP3, que a reunião foi informalmente aceite pelo Ministério das Infraestruturas e que deverá realizar-se na próxima segunda-feira.
O sindicalista acredita que a greve ainda pode ser desconvocada e adianta que aguarda agora “que a ANTRAM responda”.
Contudo, em declarações à Renascença, o advogado da Associação de Transportadores de Mercadorias (ANTRAM) diz que não ter recebido qualquer contacto por parte do SNMMP.
“Tomei hoje conhecimento que o Dr. Pedro Pardal Henriques teria solicitado ao Governo e à ANTRAM um pedido de reunião para tentar pôr fim à greve. Estamos a aferir a possibilidade de isto não ser verdade; pelo menos, a ANTRAM não foi contactada para nenhum tipo de reunião”, garante André Matias Almeida.
O advogado lembra que “existe um mecanismo na lei, que é o mecanismo da conciliação, que podia ser espoletado por este sindicato, uma vez que foi ele que rompeu as negociações e não a ANTRAM, e esse mecanismo não foi espoletado”.
“Isto destina-se, mais uma vez, a tentar ludibriar a comunicação social e a opinião pública no sentido de vitimização de um sindicato que, ao dia de hoje, continua a desconhecer as contrapropostas da ANTRAM”, acusa o representante das empresas de transporte de mercadorias.
ANTRAM pede "serviços mínimos ambiciosos"
A Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM) pede ambição ao Governo na hora de decretar serviços mínimos para a greve dos motoristas de mercadorias e matérias perigosas, que começa a 12 de agosto por tempo indeterminado.
Tendo em conta o impacto da anterior paralisação de abril, André Matias Almeida diz acreditar que vão ser decretados mais de 50% de serviços mínimos.
“A ANTRAM acha que os serviços mínimos que o Governo vai decretar serão ambiciosos, na medida em que sabemos o que representou 40% em abril. Cremos que o Governo não poderá deixar de decretar serviços mínimos superiores a 50% por uma questão de proporcionalidade e salvaguarda do país e dos seus cidadãos, como está obrigado constitucionalmente”, afirma à Renascença, insistindo nos benefícios de uma eventual requisição civil preventiva.
Em 15 de abril, a greve dos motoristas de matérias perigosas levou à falta de combustíveis em vários postos de abastecimento em todo o país, tendo o Governo acabado por decretar uma requisição civil e convidar as partes a sentarem-se à mesa das negociações.
O Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM) já veio dizer que as consequências da próxima paralisação serão mais graves do que as sentidas em abril, já que, além dos combustíveis, vai afetar o abastecimento às grandes superfícies, à indústria e aos serviços, podendo "faltar alimentos e outros bens nos supermercados".