01 ago, 2019 - 20:13 • Redação
Mário Centeno não vai a votos esta sexta-feira para o Fundo Monetário Internacional (FMI). O ministro das Finanças português e presidente do Eurogrupo autoexcluiu-se desta fase de votação.
O anúncio foi feito através de um tweet em que o ministro das Finanças e presidente do Eurogrupo apela a um “consenso” europeu.
“Para encontrarmos um candidato para liderar o FMI, assim como em outras decisões importantes da União Europeia, devemos procurar compromissos. Quero ajudar a encontrar um consenso, por isso não vou participar nesta fase do processo (a votação de amanhã). Continuo disponível para trabalhar numa solução que seja aceitável para todos”, escreveu.
Centeno fazia parte de uma lista de cinco pessoas apontadas ao cargo, ainda nas mãos da francesa Christine Lagarde, que vai liderar o Banco Central Europeu. Jeroen Dijsselbloem, antigo ministro das Finanças holandês, Kristalina Georgieva, diretora executiva do Banco Mundial (que foi também adversária de António Guterres na corrida ao posto de secretário-geral da ONU), Olli Rehn, atual governador do Banco da Finlândia, e Nadia Calvino, ministra espanhola da Economia, são os outros candidatos.
O candidato único europeu vai ser escolhido esta sexta-feira de manhã, por um processo de voto (por maioria qualificada) dos 28 ministros da Economia e das Finanças da União Europeia (UE), informou o ministro das Finanças francês, Bruno Le Maire, que está à frente do processo. A maioria qualificada implica que um candidato seja apoiado por mais de 55% dos Estados membros, representando pelo menos 65% da população da UE.
Centeno não era favorito
Na sexta-feira, a agência Bloomberg e o "Financial Times" anunciaram que Centeno e Calvino estariam fora de hipótese, o que foi negado por um porta-voz do ministro francês de Bruno Le Maire.
É ainda aventada a hipótese do novo governo britânico, chefiado por Boris Johnson, avançar com um candidato de última hora. Espera-se que o sucessor seja nomeado até 4 de outubro.
A tradição dita que o candidato apontado pela Europa fique com o cargo - enquanto um norte-americano tem liderado o Banco Mundial -, pelo que se pede um consenso na UE para que o nome seja aprovado.
Na semana passada, a Bloomberg anunciava que o bloco europeu considerava possível que o presidente norte-americano Donald Trump quebrasse esse compromisso, que os países emergentes também consideram caduco.