12 ago, 2019 - 12:29 • Marta Grosso com redação
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O Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP), que tinha decidido pedir que se os serviços mínimos deixassem de ser cumpridos, voltou atrás na decisão, mas deixa avisos.
“Para já, continuamos” a cumprir os serviços mínimos. “Existem motoristas que continuam a trabalhar, continuam a fazer serviços mínimos e existem motoristas que não estavam escalados para os serviços mínimos e que continuam a trabalhar”, critica o advogado que representa o sindicato.
Segundo Pedro Pardal Henriques, “neste momento, o país está servido a 100%”.
Em Aveiras de Cima, junto à Companhia Logística de Combustíveis, o representante dos motoristas garantiu ainda ter provas de haver trabalhadores a ser obrigados a furar a greve.
“Aliás, a prova é esta: nós estamos aqui a falar e está o senhor Paulo Duarte [presidente da ANTRAM] a falar com os motoristas e a obrigá-los a ir trabalhar quando eles não estão escalados para os serviços mínimos. Isto é lamentável”, condena.
“Daqui, estamos a ver o senhor Gustavo Paulo Duarte a ameaçar os motoristas para persuadi-los a trabalhar, mesmo quando querem exercer o direito à greve e não estão escalados para os serviços mínimos. Temos gravações, temos provas físicas, estamos a reuni-las e hoje ainda o dirigente do sindicato vai apresentá-las aos órgãos competentes”, insiste.
Pardal Henriques responde assim à exigência da Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM) para que o sindicato apresentasse provas da acusação de subornos.
Aos jornalistas, o advogado do sindicato garantiu ainda que irá manter-se à frente das negociações enquanto os motoristas o quiserem.
“Vou defender estes motoristas com o mesmo empenho, a mesma determinação com que tenho feito até agora, custe a quem custar e ainda que custe muito ao Dr. André Almeida [porta-voz da ANTRAM]. Temos pena. Vai ter de levar comigo até ao fim”, afirmou.
A greve começou às zero horas desta segunda-feira, depois de muitas trocas de acusações, que continuam, entre as duas partes em conflito. A paralisação não tem data para terminar e, segundo o sindicato, só será desconvocada quando os patrões apresentarem "uma proposta razoável".
O objetivo é reivindicar, junto da Antram, o cumprimento do acordo assinado em maio, que prevê uma progressão salarial.
O Governo decretou serviços mínimos entre 50% e 100% e declarou crise energética, o que implica "medidas excecionais" para minimizar os efeitos da paralisação e a garantia de abastecimento de serviços essenciais como forças de segurança e emergência médica.
De acordo com o site "Já não dá para Abastecer", dos quase três mil postos de abastecimento, 586 estão sem gasolina, 793 sem gasóleo e 63 sem gás para veículos.