14 ago, 2019 - 19:17 • Redação
A GNR esclarece, em nota enviada às redações ao final da tarde desta quarta-feira, que não houve qualquer trabalhador detido por alegado incumprimento da requisição civil ou dos serviços mínimos.
A Guarda Nacional Republicana reconhece que “quatro trabalhadores" foram "notificados de que a sua não comparência no local de trabalho constituía a prática do crime de desobediência”.
“Perante este facto decidiram voluntariamente cumprir o serviço para o qual estavam nomeados. Assim, não se encontra nenhum trabalhador detido", pode ler-se no texto enviado à comunicação social.
Este esclarecimento contradiz as declarações do porta-voz do Sindicato Nacional dos Motoristas de Transportes de Mercadorias Perigosas (SNMMP), Pedro Pardal Henriques, que alegava que dois motoristas que não tinham cumprido a requisição civil tinham sido "detidos em casa e forçados a trabalhar".
“Dois elementos foram detidos em casa para virem para as instalações da empresa obrigados, caso contrário seriam levadas para a esquadra. Vamos ver se têm condições para pegar no camião”, afirmou o também vice-presidente do SNMMP.
De acordo com o responsável, a lista de eventuais detenções de motoristas que se recusaram a serviços mínimos ou à requisição civil chega aos “40 ou 50” elementos.
“Trabalhos forçados”, diz Pardal Henriques
“Espero que haja mais motoristas detidos, depois não vai haver motoristas para guiar camiões. É triste, é o país que temos, o Governo que temos”, declarou Pardal Henriques.
O porta-voz acusou o despacho que deu origem à requisição civil de ser “ilegal”, por não determinar a entidade que a fiscaliza, e diz que o documento deu origem à “detenção de pessoas que nem estavam afetas” a essa situação.
"Qual é o português que tem condições para trabalhar nestas situações? Os motoristas não recebem, ninguém ouve e age na salvaguarda dos direitos deles. É trabalho forçado, como na escravatura”, sublinhou.
[notícia atualizada às 20h32 - com o comunicado da GNR]