14 ago, 2019 - 01:18 • Redação
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O ministro do Trabalho e da Segurança Social, Vieira da Silva, defende que está na altura de patrões e motoristas de matérias perigosas e de mercadorias voltarem à mesa das negociações, numa altura em que prossegue a greve no setor.
“Chegou o momento de as partes assumirem a responsabilidade por encontrar uma alternativa a este conflito, e a alternativa tem de ser a negociação”, apelou Vieira da Silva em entrevista à SIC Notícias.
“Grande parte destas negociações são bilaterais. O Governo só é chamado a intervir quando as partes entendem ser necessário. O Governo fez uma oferta de mediação e não a retirou”, sublinha o governante.
O ministro do Trabalho afirma que “existem possibilidades negociais” e recorda que a Federação dos Sindicatos dos Transportes Rodoviários e Urbanos (FESTRU), que não aderiu à greve, está a tentar alcançar um contrato coletivo "que abranja uma grande parte dos trabalhadores dos transportes".
Vieira da Silva afirma que “o país não está a viver a meio gás”, porque os serviços mínimos e a requisição civil parcial “têm permitido que no essencial as atividades económicas e sociais estejam a funcionar com relativa normalidade”.
No entanto, o ministro reconhece que “estamos numa crise, numa greve, numa situação de risco. O Governo nunca o negou e tudo fez para que esta situação fosse evitada”.
“O Governo tem tido uma enorme contenção neste processo. Decretou os serviços mínimos e não avançou com uma requisição preventiva. Só avançou para a requisição quando constatou que havia serviços mínimos que não eram cumpridos”, afirmou.
Os motoristas de matérias perigosas e de mercadorias cumpriram na terça-feira o segundo dia de uma greve por tempo indeterminado, que levou o Governo a decretar a requisição civil, alegando incumprimento dos serviços mínimos.
Portugal está, desde sábado e até às 23h59 de 21 de agosto, em situação de crise energética, decretada pelo Governo devido a esta paralisação, o que levou à constituição de uma Rede de Emergência de Postos de Abastecimento (REPA), com 54 postos prioritários e 320 de acesso público.
A greve foi convocada pelo SNMMP e pelo Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias para reivindicar junto da Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (Antram) o cumprimento do acordo assinado em maio, que prevê uma progressão salarial.