16 ago, 2019 - 12:36 • Marta Grosso
O número de postos de abastecimento pertencentes à rede REPA (Rede de Emergência de Postos de Abastecimento) exclusiva – ou seja, aqueles onde apenas os veículos prioritários podem colocar combustível – vai ser reduzido para metade.
O anúncio foi feito nesta quinta-feira pelo ministro João Pedro Matos Fernandes, no habitual balanço diário da greve dos motoristas de matérias perigosas.
Assim, os 52 postos atuais onde apenas os prioritários podem abastecer, “até ao final do dia passarão a 26. Ou seja, metade”, anunciou o ministro do Ambiente em conferência de imprensa.
“O stock de combustível tem acumulado e permite-nos fazer esta alteração”, justificou, sublinhando que os 26 postos REPA exclusivos que se mantêm “localizam-se essencialmente em zonas onde existe risco de incêndio”.
Quanto aos restantes postos de abastecimento, Matos Fernandes diz que o stock de combustível é cada vez maior e que, neste momento, a região do Algarve já tem quantidades semelhantes às do resto do país.
“Os valores da rede REPA não exclusiva continuam a subir, ou seja, as cargas têm sido maiores do que os abastecimentos feitos nestes postos”, afirmou.
“Hoje temos 63% do stock de gasóleo e 45% de gasolina” e, “no Algarve, os números já são em tudo comparáveis com o resto do país”, acrescentou.
No aeroporto de Lisboa, a situação já está toda normalizada. “Há dois dias só estava a abastecer 60% dos pedidos dos aviões, ontem passou para 70% e hoje passou para 100%. Ou seja, os abastecimentos são completamente normais neste momento”, garantiu o ministro.
12 incumprimentos e mais trabalhadores ao serviço
Segundo o ministro do Ambiente, são cada mais os motoristas que decidem começar a trabalhar – facto a que não deverá ser alheio o facto de, na quinta-feira ao final do dia, o Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM) ter abandonado a greve.
“Há hoje menos trabalhadores em greve, não sabendo eu a que sindicatos eles pertencem. Mas a assinatura de dois acordos também se traduz no número de trabalhadores vai trabalhar”, constatou João Pedro Matos Fernandes, referindo-se também ao acordo alcançado com a FECTRANS.
Nesta sexta-feira, “foram notificados pela GNR 12 motoristas que estavam a não cumprir a requisição civil e, assim que notificados, foram trabalhar”, anunciou ainda.
No início da conferência de imprensa, o ministro agradeceu “o extraordinário empenho e profissionalismo” das forças de segurança mobilizadas para reduzir os efeitos desta greve.
Matos Fernandes deixou ainda palavras de agradecimento aos portugueses, pelo civismo e compreensão pelos limites impostos no abastecimento de combustível.
Nesta sexta-feira cumpre-se o quinto dia de greve dos motoristas de matérias perigosas, agora sozinhos no protesto, mas “não isolados”, na opinião do presidente do sindicato.
“Estamos aqui duros como o aço”, resumiu Francisco São Bento nas declarações aos jornalistas, esta manhã.