16 ago, 2019 - 10:09 • Marta Grosso
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O presidente do Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas, Francisco São Bento, anunciou nesta sexta-feira que a greve vai continuar "como até agora", apesar de o sindicato de motoristas de mercadorias gerais ter desconvocado o protesto.
"Vamos continuar nos mesmos moldes", afirmou aos jornalistas, acrescentando que a paralisação continuará "até que se chegue a um entendimento".
“A partir de agora, vamos continuar a apelar a esta mediação. Sabemos que é possível legalmente, está definido no Código do Trabalho, portanto vamos continuar a aguardar que esta mediação possa surgir a qualquer momento”, adiantou em Aveiras de Cima, junto à Companhia Logística de Combustíveis (CLC).
“Vamos continuar também a ter os trabalhadores a prestar os serviços mínimos que foram requisitados, as oito horas diárias”, disse ainda Francisco São Bento, acrescentando que o sindicato se irá reunir “com os associados em breve” para “ouvir as suas opiniões”.
“Mas, neste momento, estamos dispostos a continuar por um mês, seis meses, um ano", sublinha o presidente do Sindicato dos Motoristas de Matérias Perigosas.
Estamos nesta greve com determinados pressupostos e "não vamos levantar a greve até que eles sejam atendidos", justifica.
“Temos dito deste o início que estas empresas sobrevivem sobre as 14, 15, 16 horas que estes trabalhadores fazem diariamente e é exatamente isso que vamos comprovar. E estamos dispostos a seguir nestes pressupostos durante um mês, seis meses, um ano até que se decidam sentar à mesa”, reforça.
Se a Antram “não se quer sentar à mesma mesa que o sindicato”, não há problema, acrescenta Francisco São Bento, dado que o Governo “pode fazer a mediação".
Quanto à desconvocação da greve por parte do Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM) na quinta-feira, Francisco São Bento referiu que ainda não falou com um responsável desse sindicato.
"Iniciámos um processo negocial conjunto, apresentámos um pré-aviso conjunto, mas ainda não conseguimos falar com o SIMM. Possivelmente, devem estar ocupados e não tiveram oportunidade de falar connosco", referiu.
Mas, mesmo com esta baixa, o líder do SNMMP considera que os motoristas de matérias perigosas não estão sozinhos.
“Não, não estamos isolados de algum modo. Nós temos os trabalhadores mobilizados, continuam a acreditar, da mesma forma que a direção acredita. E quero aproveitar para agradecer publicamente por continuarem a acreditar. Não se deixem vergar, estamos aqui duros como o aço”, garantiu.
A greve dos motoristas de matérias perigosas chega hoje ao quinto dia.
Na quinta-feira (ontem), o Governo ainda anunciou que iria nomear um mediador para tentar terminar o conflito, mas horas depois veio dizer que o processo de mediação não era viável.
A Antram, por seu turno, reiterou que, se os sindicatos desconvocarem a greve, aceita reunir-se.