20 ago, 2019 - 17:29 • Redação
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O porta-voz do Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP), Pardal Henriques, entrou pessimista para a reunião desta terça-feira com a Antram, associação que representas as empresas do setor.
Em declarações aos jornalistas, Pardal Henriques não escondeu a sua apreensão por o Governo ter reunido a sós, anteriormente, com os representantes das empresas.
“Estamos apenas preocupados porque, mais uma vez, o Governo reuniu-se com a Antram sem a nossa presença, mas vamos dar o benefício da dúvida que tudo correrá da forma como a Antram demonstrou estar de boa-fé, como nós também estamos de boa-fé”, declarou o porta-voz do SNMMP.
A reunião entre a Antram e o Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas decorre no Ministério das Infraestruturas, sob mediação do Governo.
O encontro acontece depois da greve de sete dias, que terminou no domingo após um plenário de trabalhadores.
Num comunicado revelado na segunda-feira, o Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas afirmou que a greve terminou sem ter produzido "ainda" os resultados pretendidos e considera que, apesar dos avanços alcançados, "as bases" para a negociação "ainda estão longe" do necessário.
Para o sindicato, "aquilo que já foi alcançado e que serve de base para as negociações não garante por completo o fim dos esquemas salariais que são conhecidos", com cláusulas e subsídios, que prejudicam os trabalhadores e o Estado e beneficiam apenas as empresas.
A estrutura sindical defende que o seu caderno reivindicativo "é justo" e que o salário "não deve ser pago às escondidas" assim como as horas extraordinárias não devem ser pagas por estimativa mas pelo volume real.
"Os patrões não podem ter carta branca para nos impor turnos abusivos que nos matam todos os dias e nos transformam em bombas relógio a rodar nas estradas por onde também circulam os milhões de pessoas", sublinha o sindicato.
No plenário realizado no domingo, o sindicato decidiu desconvocar a greve que durava desde dia 12 de agosto.
Porém, foi também aprovada a possibilidade de o SNMMP avançar para um pré-aviso de greve às horas extraordinárias e aos domingos que "só será entregue se, na mediação definida pelo Governo, a Antram continuar a recusar reconhecer" o estatuto profissional dos motoristas.