26 ago, 2019 - 22:16
O Governo vai decidir os serviços mínimos aos fins de semana e feriados na próxima paralisação dos motoristas de matérias perigosas, entre 7 e 22 de setembro. Durante os dias da semana não haverá serviços mínimos para a greve às horas extraordinárias.
“Não houve acordo nos serviços mínimos, simplesmente porque não há forma de o Sindicato ou a Antram conseguirem verificar e ter noção dos níveis de serviços mínimos que são necessários. Por isso, decidimos deixar aos ministérios decidirem esses níveis de serviços mínimos para os fins de semana”, disse Francisco São Bento, presidente do Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP).
O sindicalista falava aos jornalistas no final de uma reunião com a Antram e o Governo, realizada no Ministério do Trabalho.
Francisco São Bento adiantou que o encontro foi, "basicamente", dominado pela questão dos serviços mínimos. A reunião decorreu de forma agradável para ambas as partes, houve cordialidade e as coisas estão no bom caminho".
"Consideramos que pelos bons modos em que a reunião decorreu se estão a dar passos largos para chegarmos a uma conclusão", disse o presidente do SNMMP.
Serviços mínimos de 100% na área da saúde. Antram propôe mediação
André Matias de Almeida, porta-voz da Antram, associação que representa as empresas, adiantou aos jornalistas que “as partes estão de acordo que haja serviços mínimos”. Falta definir as percentagens.
“A Antram propôs serviços mínimos para sábados, domingos e feriados, mas o sindicato rejeitou porque considera que deve ser o Governo a apurar a percentagem de serviços mínimos”, sublinhou.
O SNMMP aceitou serviços mínimos de 100% na área da saúde, “o que é de salutar”, disse ainda André Matias de Almeida.
A Antram apresentou esta segunda-feira uma nova proposta de mediação do braço de ferro com o sindicato dos motoristas, que voltou a exigir pré-condições.
“A Antram continua de boa-fé negocial, mas não pode negociar com pré-avisos de greve nem com greves. Vamos para o quarto pré-aviso de greve em quatro meses. É na mediação que as partes se devem encontrar para esgrimir argumentos. A reunião de hoje começou com uma proposta da Antram para que fossemos para mediação, novamente. Infelizmente, não foi possível porque o sindicato quis, novamente, que houvesse alguns resultados estabelecidos à partida. Esperamos que até ao início da greve essa posição possa ser revista”, afirmou André Matias de Almeida.
Ainda será possível evitar a greve? O porta-voz da Antram considera que palavras do presidente do SNMMP, "são de salutar", diz que as duas partes "caminham para um entendimento, mas é importante que se passe das palavras aos atos".