15 out, 2019 - 18:31 • Ana Carrilho
O Reino Unido é, para já, o primeiro mercado turístico português, mas a hotelaria nacional quer preparar-se para a quase inevitável quebra de visitantes britânicos por força do Brexit. E nesse contexto, querem virar-se para Espanha, atualmente o 2.º mercado e, portanto, em boa posição para subir ao primeiro lugar do pódio.
No próximo mês, entre 20 e 22 de novembro, o que um dos painéis do 31.º Congresso da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP) vai discutir é, precisamente, como “seduzir” os espanhóis, de preferência os que têm maior poder de compra, frisou esta terça-feira a secretária-geral da AHP, Cristina Siza Vieira, na apresentação do congresso aos jornalistas.
Com a singularidade e a simplicidade que distinguem Portugal, o país pode muito provavelmente tornar-se “o novo luxo dos ricos”, é a tese do hoteleiro Rodrigo Machaz. Já o professor universitário Pedro Santa Clara destaca o “The portuguese way of life”.
Com o presidente da região do Porto e Norte, empresários e gestores, o congresso vai ainda debater como é que o Norte pode continuar a crescer no setor turístico, indo para além do sucesso do Grande Porto.
O tráfego aéreo internacional e as consequências para Portugal da transformação da indústria da aviação é outro dos temas em destaque, contando com representantes de várias companhias aéreas, incluindo da TAP e da ANA – Aeroportos de Portugal.
Os cinco maiores grupos hoteleiros nacionais – Pestana, Vila Galé, Hoti Hotéis, Sana Hotels e Porto Bay – vão “revelar” como é que estão a preparar o futuro. E também não falta um painel sobre os desafios da comercialização digital.
Uma cidade à espera de 400 hoteleiros de todo o país
Este ano, Viana do Castelo é a anfitriã de mais um congresso, “uma fileira em que temos apostado muito”, refere o presidente da autarquia, José Maria Costa.
“Seduzir” espanhóis já não é segredo para os vianenses. Depois dos portugueses, são os nossos vizinhos – sobretudo galegos – que mais procuram a região, seguidos dos franceses. Sem esquecer que esta é uma região que atrai cada vez mais gente de todo o mundo, também graças ao "Caminho Português de Santiago", que envolve dez municípios do distrito.
José Maria Costa sublinha que o turismo é muito importante para os territórios de baixa densidade, como Viana do Castelo, e admite que a cidade ainda não tem oferta hoteleira suficiente mas que isso vai mudar. Em breve, a cidade minhota terá mais quatro hotéis, dois de 3 estrelas e outros dois de 4.
Os números têm crescido nos últimos anos. Em 2017, Viana recebeu cerca de 224 mil turistas, quase o dobro dos registados em 2013, crescendo mais do que a região Norte e o país em igual período.