29 out, 2019 - 14:53 • Manuela Pires
A cinco dias do arranque da Web Summit, que começa no próximo dia 4 de novembro, o acordo da Câmara Municipal de Lisboa com vários parceiros para manter a maior conferência de tecnologia do mundo na capital portuguesa até 2028 continua por ratificar.
Desde março que o processo tem vindo a ser adiado na Câmara Municipal. Na reunião do passado dia 17 de outubro, a discussão foi adiada mais uma vez a pedido do PSD, que continua a ter muitas dúvidas sobre alguns dos pontos do acordo, nomeadamente a construção de uma nova área para albergar o evento.
Em declarações à Renascença, o vereador eleito pelo PSD João Pedro Costa refere que “o acordo foi votado pelo presidente Fernando Medina, mas nunca chegou a ser votado pelo órgão competente que é a Câmara”, ou seja, o executivo camarário ainda não o ratificou.
Este acordo foi estabelecido para a organização da Web Summit em Portugal, no período que vai de 2019 até 2028, tendo sido assinado pelo Estado português, o município de Lisboa, o Turismo de Portugal, a Associação de Turismo de Lisboa, a AICEP, o IAPMEI e o Connected Intelligence Limited, no dia 5 de novembro de 2018.
A 17 de outubro deste ano, há cerca de duas semanas, o PSD pediu o adiamento da discussão e solicitou esclarecimentos adicionais.
A proposta que está em cima da mesa visa não só ratificar o acordo que foi assinado no ano passado para a realização da Web Summit até 2028, mas também a aprovação da transferência de 4,7 milhões de euros, fazendo ainda referência a novas infraestruturas para congressos e grandes eventos na cidade. É precisamente sobre este ponto que o vereador do PSD João Pedro Costa levanta as maiores dúvidas.
“Não sabemos se vai ser um centro de exposições novo, se vai ser a ampliação da FIL, não se sabe quanto vai custar, nem qual vai ser a área de construção”, refere à Renascença. "Se Lisboa quer ser atrativa para outros eventos internacionais, que área de exposição precisa de ter? 90 mil [metros quadrados] como está no acordo ou são 120 mil metros quadrados? Quanto vai custar e qual vai ser o modelo de gestão?”
São muitas as perguntas que o PSD diz que continuam sem resposta por parte do presidente da Câmara de Lisboa, daí que seja difícil Fernando Medina ter o apoio do PSD.
Para João Pedro Costa, “não há condições de o PSD votar o acordo, embora queira continuar a ter a Web Summit” na cidade. O vereador do PSD sublinha que não está contra a realização da conferência internacional de tecnologia e garante que é favorável a uma nova infraestrutura.
Contudo, sublinha que este tem de “ser um investimento responsável", para não se repetirem "os fenómenos dos estádios de futebol” construídos para o Euro 2004, muitos deles entretanto votados ao abandono.
O assunto vai voltar a discussão amanhã, quarta-feira, em reunião da Câmara de Lisboa.