06 nov, 2019 - 12:44 • Liliana Monteiro
No futuro, metade do trabalho será automatizado e vão poupar-se muitas horas em tarefas diárias desnecessárias. É a convicção de Vargha Moayed, da empresa UiPath, que desenvolve sistemas de automatização robótica.
“O trabalho repetitivo, que nos transforma em máquinas, nos afasta da família e do que nos dá prazer, tem os dias contados”, garantiu durante o debate sobre o futuro do trabalho em que participou, nesta quarta-feira, na Web Summit.
Durante a conferência, Vargha Moayed sublinhou que “passamos muito tempo a fazer o que não gostamos” e frisou que “os robots não vieram para nos roubar trabalho, mas sim para nos ajudar e sermos mais livres”.
Os computadores podem gerir informação, analisar documentos, comunicar com o trabalhador. “Um simples powerpoint ou resposta a email poderá ser feita pela máquina de forma rápida”, exemplificou.
Negócios de sucesso com trabalhadores felizes
Antes da intervenção de Vargha Moayed, quatro empresários refletiram, na Web Summit, sobre qual o caminho a seguir para ter negócios de sucesso, mas, acima de tudo, trabalhadores empenhados e felizes.
Yancey Spreill, da DigitalOcean, diz apostar no trabalho remoto: tem a trabalhar para si uma diversidade de pessoas, de diferentes raças, que vivem em diferentes estados norte-americanos.
“Isto traz riqueza e diversidade à empresa”, argumenta, dizendo que permite também chegar a mais tipos de clientes.
Mas a dificuldade de encontrar pessoas motivadas e com talento foi apontada por todos como um problema. David Yang, da ABBYY, revelou mesmo que tem instalado na sua companhia um sistema que recolhe informações sobre o estado de espírito dos colaboradores, de modo a conseguir prever problemas.
Já Sarah Nahm, da Lever, diz que os empregados têm de se sentir parte da empresa e do sucesso dela.
“É preciso criar tarefas e funções em torno do talento do trabalhador”, defende, sublinhando a importância de aproveitar a diversidade de cada um.
Polina Montani, da JobToday, lembrou que o futuro traz cada vez mais procura de colaboradores para as empresas através do Facebook, da Google e outras plataformas, e que as empresas se vão focar mais na “alta especialização” dos colaboradores.
Numa coisa todos estiveram de acordo: “as pessoas odeiam tarefas repetitivas e querem concentrar-se no mundo e na sua criatividade”.
A prática mostra que um trabalhador feliz resulta num cliente satisfeito com os serviços prestados pela empresa, concluíram.