07 nov, 2019 - 14:49 • Cristina Nascimento
A China e o Reino Unido são atualmente os melhores países para a inovação digital financeira, mas há o risco de o Reino Unido ficar para trás nos avanços tecnológicos.
O diagnóstico é feito por líderes do setor que, esta quinta-feira, subiram ao palco central da Web Summit em Lisboa, no último dia desta edição da maior conferência tecnológica do mundo.
Nikolay Storonsky, da Revolut, uma empresa que se apresenta como uma alternativa aos bancos tradicionais, foi um dos que marcou presença, ao lado de Anne Boden do Starling Bank, um banco digital, e Zach Perret, da Plaid, uma empresa tecnológica financeira.
“A regulação no Reino Unido ainda permite coisas novas. Estamos a viver uma grande liberdade, mas perguntamo-nos se vamos ser deixados para trás”, disse Anne Bodden, sem fazer referência direta ao Brexit, a saída do Reino Unido da União Europeia que está, neste momento, marcada para 31 de janeiro.
A conferência pretendia aferir se “o dinheiro está morto”. Os intervenientes foram consensuais em concluir que “não, ainda não está morto”, mas que “há uma grande mudança no setor”, diz Zach Perret, da Plaid.
“As pessoas querem tratar das coisas financeiras sem humanos, mas nem todos estão convertidos”, acrescenta.
Anne Boden, que antes de estar no Starling Bank trabalhou durante 30 anos na banca tradicional, partilhou a sua visão com a Web Summit. “O velho sistema bancário está partido e não é possível consertar esse velho sistema. A solução foi criar um novo sistema.”
Na mesma conferência, Boden deixou ainda um reparo à banca tradicional. “Os bancos copiam tudo o que nós fazemos, não inovam.” Pelo contrário, rematou, os bancos tradicionais andam dois anos atrás das tecnológicas financeiras.