16 nov, 2019 - 21:37 • Ana Carrilho
Sem turismo forte e competitivo não temos crescimento económico e, nos últimos anos, o crescimento aconteceu às custas das exportações e, muito especialmente, do turismo. A afirmação é do presidente da Confederação do Turismo de Portugal (CTP).
Por isso, Francisco Calheiros considera que está na altura do Governo retribuir, “porque o turismo merece e o país agradece”.
Genericamente, Francisco Calheiros referiu o caderno de encargos entregue ao executivo para os próximos quatro anos: a resolução do problema do aeroporto de Lisboa, as acessibilidades e a mobilidade.
Mas também aquilo a que chamou a “fadiga fiscal” que atinge o sector, dando como exemplo o IRC aplicado aos eventos (13%) que prejudica claramente Portugal em comparação com outros países, como Espanha, em que estão isentos. “Realizar um evento em Vigo fica 13% mais caro do que em Elvas”.
Turismo em fim de ciclo, mas positivo
Para o presidente da Confederação do Turismo, assiste-se a um fim de ciclo no setor, mas de crescimento e não de quebra. “É positivo e pode ser visto como natural que o crescimento dos últimos quatro anos, a dois dígitos, seja agora menor.”
Destaca a conquista de novos mercados, mais interessantes e mais rentáveis, como os Estados Unidos, Canadá, Brasil, China ou Coreia do Sul. “Temos que continuar a fazer bem o que temos feito”, conclui Francisco Calheiros.
Na mesma linha, o presidente da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT), Pedro Costa Ferreira, defende que é preciso trazer o turismo para a centralidade da economia e espalhar os seus benefícios por todo o país.
Por outro lado, deixa um apelo a todas organizações do setor para se organizarem e empenharem numa visão de conjunto e num trabalho de matriz comum, porque “já não basta focarmo-nos no que não está bem e nos penaliza”.
Este ano o Congresso da APAVT decorreu na Madeira, a única região do país em que se assiste a uma quebra no turismo devido à falência de companhias aéreas e do operador Thomas Cook.
Os dois principais mercados – Reino Unido e Alemanha- mandam menos turistas, mas o secretário regional do Turismo da Madeira, Eduardo Jesus, garante que o Governo está a trabalhar para a recuperação, com a requalificação e diversificação da oferta, com sustentabilidade económica, social e ambiental. Para manter o mercado tradicional e conquistar novos.
Em 2020, a Associação Portuguesa de Agências de Viagens e Turismo volta a Aveiro para a realização do seu Congresso, tal como aconteceu em 2016.