27 nov, 2019 - 00:52 • Lusa
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, quer "refrear a euforia" em relação à execução orçamental deste ano e evitar "um Orçamento despesista" para 2020.
À margem da cerimónia de entrega dos Prémios Gazeta 2018, num hotel em Lisboa, o chefe de Estado reiterou esta terça-feira que "pode acontecer ou não" a necessidade de uma nova injeção de capital no Novo Banco este ano, mas nada mais quis adiantar sobre este assunto.
"Não tenho informação nenhuma, por isso é que eu disse: se houver, se for necessário. Se não for necessário, melhor", afirmou o Presidente da República, em resposta aos jornalistas.
Presidente da República diz que excedente orçament(...)
Marcelo Rebelo de Sousa foi questionado sobre as declarações que fez esta terça-feira à tarde, a propósito da execução orçamental, em que aconselhou a que se espere "pelas despesas de novembro e dezembro" e também "por reflexos ou não, este ano, da necessidade de injeção financeira no sistema financeiro", mais concretamente, "no Novo Banco".
"O que eu disse é: atenção que não se entre em euforia, porque ainda faltam dois meses, novembro e dezembro, e porque aconteceu em anos anteriores, pode acontecer ou não, a necessidade de haver, já foi noticiado, a hipótese de haver uma injeção que, aliás, não é só do Estado, nem sobretudo do Estado. E pode haver ou não", explicou.
Considerando que "é excelente" as administrações públicas terem registado um excedente até outubro, o chefe de Estado acrescentou que o seu objetivo foi "refrear a euforia que começava a reinar e, sobretudo, a ideia de que, portanto, o próximo Orçamento pode ser um Orçamento despesista, o que seria uma inflexão num caminho, numa trajetória que tem sido seguida".
Durante a entrega dos Prémios Gazeta, o Presidente da República voltou a manifestar a sua preocupação com a crise financeira que afeta os órgãos de comunicação social portugueses.
Marcelo Rebelo de Sousa pede às associações de imprensa que apresentem antes do início do debate orçamental propostas para fortalecer a comunicação social e advertiu que as soluções para o setor têm de ser rápidas.
Considerou que "seria imperdoável que a democracia, que tanto tempo levou a criar, pudesse sofrer na sua afirmação cívica, social, comunitária, pela incúria no domínio da comunicação social".