11 dez, 2019 - 00:55 • José Pedro Frazão , enviado a Madrid, com Redação
O presidente da associação ambientalista ZERO, Francisco Ferreira, pede contribuição de um euro por português, para o fundo verde do clima e apoio à ferrovia.
"O contributo, entre verbas públicas e privadas, deveria atingir, preferencialmente, os 10 milhões de euros por ano, para o fundo verde do clima. O apoio à ferrovia é outra área crucial, porque, com a retirada do carvão, vamos aperceber-nos que é o transporte rodoviário que vai ter o maior peso nas emissões de gases com efeitos de estufa", declarou Francisco Ferreira, em entrevista à Renascença, na 25.ª Conferência das Partes (COP25) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas, em Madrid.
O presidente da ZERO pede, também, uma intervenção de calafetagem das janelas do parque habitacional das pessoas com menos recursos. Custa sete milhões de euros e garantem "ganhos brutais", em termos de eficiência energética, garante Francisco Ferreira:
"É um estudo que já foi feito pelo ISEG e que nos permite ter já um número muito claro e uma medida muito objetiva daquilo que é necessário. Por um misto de valor atribuído diretamente a estas famílias ou através de uma outra solução, são sete milhões de euros que nós defendemos que são indispensáveis para termos um ganho numa das áreas que, para nós, têm vindo a funcionar pior dentro da política energética, que é a eficiência energética e lidar com a pobreza energética."
Francisco Ferreira defende, ainda, que é preciso reduzir a utilização de óleos alimentares e banir o óleo de palma dos combustíveis.
"Para não aumentar tanto o preço do gasóleo e da gasolina, no ano passado, descemos a contribuição dos biocombustíveis de 7,5 para 7%, mas a União Europeia e o compromisso português é de atingirmos 20% em 2020. Aí, vai haver, sem dúvida, uma discussão grande e nós queremos pugnar pela estabilidade", frisou o presidente da ZERO.