Siga-nos no Whatsapp
A+ / A-

​Greve geral em estudo? Professores e sindicatos da função pública prometem novos protestos

13 dez, 2019 - 19:08 • Redação, com Lusa

Secretário de Estado da Administração Pública afirma que o Governo "foi até onde podia ir", destacando o esforço do executivo de "regressar à normalidade".

A+ / A-

Os professores e os sindicatos da função pública prometem novos protestos contra a proposta “inaceitável” de aumentos salariais de 0,3% para 2020. Em estudo está a possibilidade de uma greve geral.

A Federação Nacional de Professores (Fenprof) considera "inaceitável" e uma "verdadeira provocação" a proposta de aumentos salariais de 0,3% para 2020, acusando o Governo de "desvalorizar o trabalho" e "desrespeitar os trabalhadores".

O aumento "não é ridículo, nem absurdo, é uma verdadeira provocação", afirmou o secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, em conferência de imprensa realizada em Lisboa, enquanto decorriam as negociações com o Governo sobre as medidas a incluir no próximo Orçamento do Estado (OE).

"Dizer que, depois destes 10 anos, vão ter um aumento de três décimas é brincar com as pessoas, é desvalorizar o trabalho. É de um governo que desrespeita quem trabalha e os seus salários", criticou Mário Nogueira, para quem o aumento proposto é algo "absolutamente inaceitável".

O secretário-geral da Fenprof lembrou que, na última década, os professores tiveram os "salários congelados", o que se traduziu numa "redução do poder de compra".

No caso dos educadores de infância e professores do ensino básico e secundário, houve uma diminuição líquida do poder de conta de 18,2%, segundo números avançados esta sexta-feira por Mário Nogueira.

Já no ensino superior, os docentes dos institutos politécnicos perderam 17,7% do poder de compra, enquanto entre os professores universitários a redução foi de 14,4%. O caso mais grave é a dos investigadores que "perderam 32,3% do poder de compra", acrescentou.

Também os sindicatos da administração pública prometem contestação depois de terem ficado a saber que o Governo não vai além de um aumento de 0,3% no próximo ano.

Fesap, Frente Comum Sindicato dos Quatros Técnicos do Estado (STE) saíram insatisfeitos das reuniões com o executivo. Em estudo poderá estar mesmo uma greve geral.

Governo "foi até onde podia ir"

O Ministério das Finanças explicou que os aumentos salariais para a função pública no próximo ano terão por base "a taxa de inflação observada até novembro de 2019, de 0,3% para todos os trabalhadores".

Esta sexta-feira, no final da última reunião das negociações com os sindicatos da Função Pública, o secretário de Estado da Administração Pública explicou que o Governo "foi até onde podia ir", destacando o esforço do executivo de "regressar à normalidade".

"A proposta do Governo foi até onde podia ir, tendo em conta que o descongelamento das carreiras, com o pagamento a 100% das valorizações remuneratórias resultantes tem um impacto nas contas públicas em matéria de massa salarial de 527 milhões de euros", disse José Couto aos jornalistas.

Segundo a consultora EY, um funcionário público com um rendimento mensal de mil euros terá, no próximo ano, um aumento inferior a dois euros por mês (mais 26,25 euros/ano). Já um trabalhador com um vencimento de 1.500 euros por mês, terá um aumento mensal de 2,6 euros. Quem recebe um salário de dois mil euros poderá contar com um aumento líquido de pouco mais de três euros por mês.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • Votaram neles, n foi
    15 dez, 2019 Agora n se queixem 23:00
    O governo goza quando apresenta aquela proposta ridícula, apenas e só porque sabe que pouca ou nenhuma contestação vai enfrentar. As tácticas das plataformas dos Sindicatos estão mais que conhecidas, e há tanta legislação para as tornear, que pura e simplesmente são ineficazes. Eram precisos novos Sindicatos com novas tácticas, fundos de greve para sustentar longos períodos de paragem, uma nova estratégia de comunicação, enfim, novas tácticas para novos problemas. O governo sabe que isso não vai acontecer, logo, goza. Votaram no PS, agora não se queixem.
  • Cidadao
    14 dez, 2019 Lisboa 12:40
    Duvido muito que os Sindicatos, principalmente aquela plataforma sindical de Sindicatos do Regime que tem à frente dirigentes que se eternizam nos cargas, consiga mudar alguma coisa. E se mudar são questões de pormenor, onde praticamente não se vê mudanças sensíveis. Infelizmente para o sector Trabalho, os sindicatos perderam quase todo o poder e apenas são correias de transmissão das centrais sindicais e partidos que os apoiam, ou seja, defendem uma certa agenda partidária e no resto até talvez "sobeje" alguma coisa para contentar os associados. Pena é não aparecerem mais sindicatos como o das estivadores de Setúbal, ou o S.T.O.P dos professores. Era necessário reequilibrar um pouco os pratos da balança e isso não se conseguirá com os sindicatos actuais
  • Ex-sindicalizado
    13 dez, 2019 Mundo Sindical 20:14
    E a greve geral vai ter a duração de quanto tempo? Até à satisfação das reivindicações? 1 Mês completo? Uma semana? 5 dias? Ou o clássico dia único, encostado ao fim-de-semana? Dos Sindicatos do Regime não se espera mais. Parvo é quem ainda paga quotas ...

Destaques V+