17 dez, 2019 - 00:51 • Sandra Afonso
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O Governo reviu em baixa o crescimento para o próximo ano. A informação consta da proposta de Orçamento do Estado (OE) para 2020, entregue esta segunda-feira na Assembleia da República.
No documento, o ministro das Finanças, Mário Centeno, aponta agora para um crescimento de 1,9%, menos uma décima face aos 2% que admitiu na versão do OE entregue a Bruxelas e no cenário apresentado na semana passada aos partidos.
A penalizar a economia, segundo o novo cenário macroeconómico, estão as famílias, que deverão gastar menos (o consumo privado cai de 2,2% em 2019, para 2% em 2020), e as empresas, com o investimento a cair quase dois pontos (deverá passar de 7,3% para 5,4%, no próximo ano).
Mário Centeno equilibra as contas com o aumento do investimento público em 2020, mas sobe apenas duas décimas, para 0,8%, e até em 2018 foi mais alto.
As exportações deverão aumentar também, mas não vão além de 3,2% e, mais uma vez, até em 2018 chegaram mais alto. A boa notícia é que devemos comprar menos ao exterior, é esperada uma diminuição das importações (de 5,2% para 4,4%).
Destaque ainda para a inflação deste ano, que foi atualizada para 0,4%, acima dos 0,3% que serviram de referencial para a proposta de aumentos para a Função Pública. No próximo ano, o Governo admite que a inflação fique nos 1,1%.
A taxa de desemprego prevista para 2020 mantém uma trajetória descendente, passa de 6,4% para 6,1%.
Há ainda outra revisão no cenário macro. O Governo conta agora fechar 2019 com um défice de 0,1% do PIB. Em 2020, a expectativa é apresentar um excedente de 0,2%, como já tinha anunciado o ministro das Finanças.