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​Sindicalistas suspensos em "call center". Randstad nega "perseguição”

13 jan, 2020 - 23:05 • Lusa

Sindicato acusa a empresa de "perseguição sindical" e "criar um clima de medo" entre os trabalhadores do call center de Braga. Empresa fala em violação do dever de confidencialidade.

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A Randstad Portugal refutou as acusações de "perseguição sindical" feitas pelo Sindicato de Trabalhadores de Call Center (STCC), garantindo que o despedimento e suspensão de quatro dirigentes sindicais em Braga estão relacionados com a "violação de confidencialidade".

O STCC acusa a empresa de "perseguição sindical" e "criar um clima de medo" entre os trabalhadores do "call center" de Braga, pelo que cumpriram esta segunda-feira um dia de greve e estiveram reunidos à porta do edifício da Concentrix, onde funciona a estrutura daquela multinacional, tendo sido chamada a PSP para "registar a proibição, por parte da administração, em deixar entrar os sindicalistas para realizarem trabalho sindical", disse à Lusa o dirigente do STCC Nuno Geraldes.

"A suspensão preventiva dos colaboradores em questão foi motivada pela violação do dever de confidencialidade a que os trabalhadores estão obrigados. Os motivos da suspensão são do conhecimento dos trabalhadores envolvidos e não estão de forma alguma relacionados com a estrutura sindical que integram", afirma a multinacional.

Segundo o texto, "o processo em curso está a seguir os trâmites legais, cumprindo escrupulosamente o dever de informação da fase em que se encontra", e a Randstad "está em diálogo permanente com as diversas organizações representativas de trabalhadores, trabalhando construtivamente para a melhoria das condições de trabalho nas suas operações, sendo que qualquer acusação de perseguição a estas organizações é absolutamente falsa".

"O que aconteceu hoje foi o impedimento de trabalhadores suspensos entrarem nas instalações, uma vez que no decorrer dos processos disciplinares não podem ter acesso às mesmas, dado que os seus acessos físicos estão cancelados por via da suspensão de funções, efetuada nos termos da lei", esclarece o texto.

A multinacional assegura que "pauta a sua atividade pelo rigoroso cumprimento das normas e leis em vigor e "o trabalho sindical nunca foi impedido de realizar a nenhum representante de nenhuma organização de trabalhadores".

O sindicalista acusou também a empresa de "exercer pressão" sobre os trabalhadores e de "haver vários atropelos à lei laboral" naquele "call center".

"A greve é um direito legítimo dos colaboradores independentemente da natureza do vínculo laboral que detenham e, enquanto entidade empregadora, a Randstad garante todas as condições para que os sindicatos exerçam a sua atividade, dentro do estabelecido por lei, e encontra-se totalmente disponível para ouvir os colaboradores e reunir com o STCC - Sindicato dos Trabalhadores de Call Center, com aliás tem vindo a acontecer", respondeu a empresa.

Além da greve e da manifestação desta segunda-feira, em Braga, irá também ocorrer uma concentração em Lisboa na quinta-feira, pelas 15h30, frente à sede da Randstad, entidade empregadora dos trabalhadores do "call center" da Concentrix em Braga, em "solidariedade com toda a estrutura sindical afastada e perseguida pela Randstad e Concentrix".

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