Siga-nos no Whatsapp
A+ / A-

Ministro da Economia. Salários e habitação são "o problema mais sério do país"

15 jan, 2020 - 06:50 • Lusa

Pedro Siza Vieira, entrevistado para o programa "BBC World Questions", abordou ainda a problemática do aeroporto do Montijo e da expansão da Portela.

A+ / A-

O ministro da Economia afirmou em Lisboa que o acesso à habitação e os baixos salários de pessoas qualificadas são "o problema mais sério" do país, durante a gravação do programa "BBC World Questions".

Na gravação do programa da emissora britânica, que decorreu quarta-feira no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, depois de uma questão de um espetador que referia o problema de ser licenciado e ter dificuldades em arrendar casa em Portugal, Pedro Siza Vieira afirmou que "esse é o problema mais sério" que há no país.

"Em 10 anos, os salários de pessoas com menos de 25 anos com educação superior desceram 15% em termos reais. Se olhar para o ajustamento dos salários durante a crise, eles ainda não subiram. É um problema muito significativo", disse o ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital na resposta.

O governante acrescentou que uma outra razão pela qual a dificuldade no acesso à habitação é um problema "é que pessoas que tenham um nível mais alto de instrução são cruciais para o futuro crescimento e prosperidade" de Portugal.

"Se crescemos e tivemos sucesso nestes últimos anos, é porque em 30 anos temos investido em educação. Temos uma população mais instruída que produz melhor", prosseguiu.

Ao longo do programa, que irá para o ar pelas 19h00 no sábado no serviço mundial da BBC, em inglês, o painel, composto pelo ministro, pelo vice-presidente da Câmara Municipal de Cascais, Miguel Pinto Luz, pelo politólogo António Costa Pinto e pela jornalista Catarina Carvalho, foi recebendo várias questões sobre assuntos do quotidiano nacional.

Um outro espetador abordou a problemática do aeroporto do Montijo e da expansão da Portela, bem como das emissões de dióxido de carbono (CO2) associadas à atividade aeroportuária, tendo o ministro respondido que "tornar-se neutral em carbono não significa parar as emissões completamente".

"Uma das coisas que sabemos é que no futuro previsível vamos continuar a viajar de avião, as pessoas querem e têm de viajar, particularmente na ponta da Europa, e a aviação vai continuar a usar 'jet fuel' [combustível de aviação]. Se expandirmos qualquer aeroporto no mundo, vamos ter mais emissões de CO2", referiu.

Sobre o caso específico de Lisboa, Pedro Siza Vieira disse que, "se for legalmente requerido, vai ser feito" um estudo de impacte ambiental para a ampliação do aeroporto Humberto Delgado (Portela), mas o necessário é que "o barulho seja reduzido" e "reduzir o número de voos" durante a noite.

"Temos de assegurar que a forma como o aeroporto impacta as vidas, por exemplo, em termos de transporte, é mitigada. Mas não nos podemos livrar de um aeroporto", concluiu.

No programa da BBC, disponível no site da emissora a partir de sábado, um dos temas principais foi também o 'Brexit' (saída do Reino Unido da União Europeia), com o ministro a dizer que "há um incentivo muito forte para manter o comércio a fluir o mais coerentemente possível" com o Reino Unido.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • Cidadao
    15 jan, 2020 Lisboa 17:46
    Mera hipocrisia. Quisessem eles, governo, mudar realmente o modelo económico dos baixos salários e baixo valor acrescentado, já o tinham feito. Mas como as campanhas eleitorais deles, dependem de certo "empresários" que querem as coisas como estão ou no mínimo um corte salarial acompanhado de ajudas a fundo perdido para as empresas - leia-se, para os bolsos deles - , então vão-se atirando cá para fora estas balelas, para que tudo continue na mesma.

Destaques V+