20 jan, 2020 - 19:41 • Redação
O Banco de Portugal pronunciou-se esta segunda-feira, em comunicado, sobre a posição de Isabel dos Santos no EuroBic (a empresária angolana detém 42,5% do banco) e sobre a forma como a Sonangol, horas depois de Isabel dos Santos ser afastada, novembro de 2017, da liderança da petrolífera pelo Presidente angolano João Lourenço, transferiu 57,3 milhões de euros da conta que detinha no EuroBic para uma conta no Dubai – detida por uma amiga e pelo advogado da filha de José Eduardo dos Santos.
O supervisor explica que já solicitou ao EuroBic “informação que permita avaliar o modo como a referida instituição analisou e deu cumprimento aos deveres a que está sujeita em matéria de prevenção do branqueamento de capitais e do financiamento do terrorismo”. Em função da avaliação da informação recebida, lê-se no comunicado, o Banco de Portugal “retirará as devidas consequências, nomeadamente em matéria prudencial e contraordenacional”.
Durante a tarde desta segunda-feira, a SIC Notícias adiantou que a instituição liderada por Carlos Costa pretende alterar da estrutura acionista do EuroBic, o que podia levar à saída de Isabel dos Santos. A estação de televisão adiantava também que o supervisor, em reação à publicação dos documentos “Luanda Leaks”, que incriminam Isabel dos Santos num esquema de corrupção, já criou um gabinete de crise para avaliar a situação.
No comunicado, o Banco de Portugal diz, a propósito da idoneidade dos acionistas do EuroBic (como é o caso de Isabel dos Santos), que se encontra atento a “todos os factos novos que possam ser relevantes para efeitos de avaliação/reavaliação da adequação de quaisquer pessoas que exerçam funções de administração/fiscalização ou sejam acionistas de instituições por si supervisionadas.”
O EuroBic anunciou esta segunda-feira que decidiu encerrar a relação comercial com entidades controladas por Isabel dos Santos.