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​Luanda Leaks. Teixeira dos Santos defende que a sua reputação não fica manchada

30 jan, 2020 - 20:23 • Redação com Lusa

"A engenheira Isabel dos Santos foi elogiada, muito venerada" no passado, lembra o presidente do EuroBic. "O banco cumpriu, e bem, as suas obrigações", garante o antigo ministro das Finanças.

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O presidente do EuroBic, Teixeira dos Santos, considera que a sua reputação não foi manchada por trabalhar num banco que tem como acionista Isabel dos Santos, na sequência dos Luanda Leaks.

"A engenheira Isabel dos Santos foi elogiada, muito venerada [no passado], e por isso eu creio que estar num banco em que ela é acionista não tem necessariamente de manchar a reputação de quem aqui tem procurado fazer um bom trabalho", defendeu o ex-ministro das Finanças Teixeira dos Santos, em entrevista à RTP.

O presidente do EuroBic garante que o banco fez tudo o que tinha que ser feito e afaste quaisquer suspeitas sobre as transferências da empresária angolana Isabel dos Santos.

"Foram ordens legítimas, ordens dadas por quem estava legitimado para as dar, foram dadas legitimamente por quem as podia dar, em tempo em que as podia dar e, por isso, foram executadas por este banco", declarou Teixeira dos Santos.

"Este banco cumpriu, e bem, as suas obrigações"


Para o banqueiro, o EuroBic "não tem que sofrer da suspeição que se possa colocar sobre a engenheira Isabel dos Santos em torno da gestão da Sonangol".

"Esse é um problema entre a Sonangol, o Estado angolano e a engenheira Isabel dos Santos. Não tem que ser um problema deste banco. Este banco cumpriu, e bem, as suas obrigações perante um cliente chamado Sonangol", garante Teixeira dos Santos.

O EuroBic, liderado pelo também antigo ministro das Finanças, tem como acionista Isabel dos Santos (com 42,5%), e já anunciou que cortou todas as relações comerciais com a empresária e que a sua participação no banco será vendida na sequência da divulgação dos Luanda Leaks.

A empresária angolana foi constituída arguida em Angola após a divulgação de alegados desvios de verbas da petrolífera estatal Sonangol.

O Banco de Portugal abriu uma investigação à transferência de 57,3 milhões de euros de uma conta do Sonangol no EuroBic para o Dubai.

A liderança de Teixeira dos Santos no EuroBic tem sido questionada por personalidades da vida política portuguesa como Ana Gomes ou Francisco Louçã.

Em entrevista à Renascença e ao jornal "Público", o conselheiro de Estado e ex-coordenador do Bloco de Esquerda considerou ser "impossível que Teixeira dos Santos continue à frente do EuroBic", depois das revelações do Luanda Leaks.

Francisco Louçã. “É impossível que Teixeira dos Santos continue à frente do EuroBic”
Francisco Louçã. “É impossível que Teixeira dos Santos continue à frente do EuroBic”
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