06 mar, 2020 - 10:00 • Lusa
Apesar de a diferença salarial entre homens e mulheres ter diminuído 80 cêntimos em 2018 face a 2017, elas ainda ganham menos 148,9 euros por mês, segundo dados do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social.
De acordo com o barómetro sobre igualdade remuneratória, a que a Lusa teve acesso, a disparidade salarial reduziu-se em 0,4 pontos percentuais em 2018 face ao ano anterior, para 14,4%.
A remuneração base média mensal registada foi de 1.034,9 euros para os homens, enquanto a das mulheres foi de 886 euros, uma diferença de 148,9 euros, menos 80 cêntimos do que em 2017.
Os dados, que integram a 2.ª edição do barómetro das diferenças remuneratórias, mostram ainda que a remuneração média mensal base aumentou mais cerca de meio ponto percentual para as mulheres do que para os homens, com subidas de 3,1% e 2,6% respetivamente.
Já a remuneração média mensal global subiu 2,9% em 2018 para 967 euros, o que significa que, enquanto o salário dos homens está acima da média, o das mulheres continua a ser inferior.
Quanto à disparidade salarial ajustada, ou seja, tendo em conta variáveis como o setor de atividade, o nível de qualificação ou antiguidade no emprego, entre outros, a diferença percentual entre géneros baixou para 11,1%, contra 11,2% no ano anterior.
Tendo em conta os setores, a disparidade salarial ajustada varia entre um mínimo de 6,9% nas atividades administrativas e dos serviços de apoio e um máximo de 40,8% nas atividades dos organismos internacionais e outras instituições extraterritoriais, sendo que metade dos setores estão abaixo da média global de 11,1%.
Para o secretário de Estado Adjunto, do Trabalho e da Formação Profissional, Miguel Cabrita, "o barómetro é uma ferramenta importante que a Lei da Igualdade Remuneratória veio introduzir, não só para melhorar a qualidade e o detalhe da informação sobre as diferenças salariais entre mulheres e homens, mas também para reforçar a sensibilização da sociedade portuguesa para esta temática".
Por sua vez, a secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade, Rosa Monteiro, considera que os dados mostram a necessidade de "intensificar o trabalho para eliminar esta discriminação".
"As ferramentas e novos direitos previstos na Lei da Igualdade Remuneratória são, por isso, muito importantes e inovadores no quadro europeu, onde se prevê que venham a ser tornados vinculativos, como anunciado na Estratégia Europeia para a Igualdade de Género" apresentada pela Comissão Europeia, acrescenta.