12 mar, 2020 - 17:55 • Lusa
Metade das empresas de alojamento registam já quebras de ocupação superiores a 40%, na sequência do desenvolvimento do novo coronavírus, percentagem que também se aplica às empresas da restauração, afirmou a secretária-geral da AHRESP à Lusa.
"Fizemos dois inquéritos, ao qual responderam mil associados, através dos quais uma das vertentes analisadas foi o impacto económico do Covid-19 no setor e, deste ponto de vista, estamos, de facto, muito preocupados", defendeu a secretária-geral da Associação da Hotelaria, restauração e Similares de Portugal (AHRESP), Ana Jacinto, em entrevista à Lusa.
Na semana passada os primeiros dados revelavam que cerca de 30% das empresas do setor do alojamento estavam quebras nas taxas de ocupação/cama na ordem dos 15% a 30%, enquanto, neste momento, "fechámos mais inquérito e cerca de 50% do alojamento tem quebras na taxa de ocupação, que já são acima de 40%.
Por sua vez, na restauração, o primeiro inquérito revelou que 30% das empresas diziam ter quebras na ordem dos 10% a 25%, percentagem que, segundo os dados apurados esta quinta-feira, subiu para 40%.
Conforme explicou a secretária-geral da AHRESP, a maior parte destes cancelamentos, que não estão localizados numa região geográfica, coincidem com a época da Páscoa, embora afetem também a do verão.
"Quanto mais tempo estivermos nesta situação, mais preocupados vamos ficar. Se a Páscoa já está perdida, não queremos também perder o verão e queríamos que se recuperassem algumas reservas canceladas na Páscoa", vincou.
Ana Jacinto indicou ainda que, no caso do alojamento, os mercados que mais retraíram foram o italiano, espanhol, francês e também o asiático, enquanto, no que se refere à restauração, regista-se uma grande perda de procura por parte do mercado nacional.
Assim, a AHRESP vai continuar a monitorizar a situação, lamentando que, provavelmente, na próxima semana, os dados serão ainda "mais preocupantes".
Adicionalmente, a associação já alertou o Turismo de Portugal para a necessidade de se fazer uma campanha de promoção interna, uma vez que se os cidadãos "têm receio de viajar para fora, podem viajar cá dentro".
Já no que se refere à adoção das recomendações propostas pela associação, bem como pela Direção-Geral da Saúde (DGS), mais de 70% das empresas que responderam ao inquérito asseguraram já estar a cumprir.