12 mar, 2020 - 20:40 • Redação com Lusa
Os receios em relação à pandemia do novo coronavírus levaram a que esta quinta-feira acontecesse a segunda pior sessão de sempre na Bolsa de Lisboa.
O índice PSI-20 da Bolsa de Lisboa caiu quase 10%. É o pior dia desde novembro de 1995.
Também lá fora várias bolsas europeias encerraram no vermelho: Madrid, Paris, Frankfurt e Milão sofreram as maiores quedas de sempre. No caso italiano a queda foi de 17%.
As quedas surgiram depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter anunciado que mantém as taxas de juro inalteradas e um programa de empréstimos a longo prazo, durante a crise do coronavírus.
O BCE indicou que conta também comprar 120 mil milhões de euros de dívida pública e privada suplementar até ao fim do ano.
Segundo o comunicado, o Conselho de Governadores quer "proporcionar um apoio de liquidez imediato ao sistema financeiro da zona euro, apesar de não ver sinais materiais de tensão nos mercados monetários nem escassez de liquidez no sistema bancário".
Para evitar uma vaga de falências associadas à pandemia, o banco central modificou as condições do próximo programa de crédito aos bancos, tornando as condições ainda mais favoráveis "para apoiar os empréstimos aos setores mais afetados pelo coronavírus, em particular as pequenas e médias empresas".
O BCE autorizou também os bancos a operarem provisoriamente abaixo das exigências de fundos próprios e de liquidez em vigor, em resposta à referida crise.
Apesar de deixar as taxas de juro inalteradas, o BCE sugeriu que pode baixá-las se a situação o exigir.
Já a bolsa nova-iorquina fechou com as perdas mais pesadas desde o “crash” bolsista de outubro de 1987.
Os resultados provisórios indicam que o índice seletivo Dow Jones Industrial Average perdeu 9,99%, para os 21.200,47 pontos, o tecnológico Nasdaq desvalorizou 9,43%, para as 7.201,80 unidades, e o alargado S&P500 caiu 9,51%, para as 2.480,73.
O novo coronavírus já infetou mais de 126 mil pessoas e fez 4.624 mortos.
A Itália é o caso mais grave depois da China, com mais de 12.000 infetados e pelo menos 827 mortos, o que levou o Governo a decretar a quarentena em todo o país.