17 mar, 2020 - 20:40 • Sandra Afonso
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O setor da hotelaria e restauração exige mais medidas e entregou ao Governo uma lista de 40 propostas, para responder à actual pandemia de coronavírus.
Mais dinheiro para os trabalhadores e mais tempo para pagar ao Estado e à banca, são algumas das reivindicações entregues ao Ministério da Economia, pela Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP).
O setor quer apoio no pagamento dos salários, pede mil euros mensais por trabalhador, a começar já em março. Depois da crise, as empresas devolvem metade, a prestações. Uma medida que salvaguarda 320 mil postos de trabalho e as receitas com TSU e IRS.
Querem ainda apoios diretos à manutenção dos trabalhadores, com a simplificação e alargamento do regime de lay-off e flexibilização da marcação de férias, sem pagamento de subsídio durante esta crise.
Pedem também mais tempo para pagar impostos, encargos à segurança social, rendas e responsabilidades nos processos de revitalização.
Na relação com os bancos, querem spreads mais baixos, suspensão de prazos e juros e facilidades no financiamento. A mesma flexibilização é pedida na gestão dos fundos comunitários.
Às entidades públicas, pedem a regularização urgente dos créditos e pagamentos a pronto. Ao Estado, o ajuste das contrapartidas nos contratos público, à actual situação.
São ainda enumeradas várias medidas que consideram essenciais neste sector, no âmbito da preparação e entrega de refeições, para travar o coronavírus:
1. Considerar que o pessoal que prepara, confeciona e distribui alimentação, nomeadamente em unidades de restauração da área saúde e lares, é pessoal crítico.
2. Assumir que neste entendimento, este pessoal deve estar sujeito a medidas de controlo, e a medidas de proteção, enquadráveis com o restante pessoal, nomeadamente da saúde, das instituições onde laboram.
3. Reconhecer a necessidade de poder ter que implementar sistema de refeições transportadas, para fazer face a situações de contingência. Aceitar a alteração de ementas para refeições de emergência, salvaguardando naturalmente a necessidade de dietas especiais, para casos concretos identificados e sujeitos a prescrição.
4. Necessidade de implementar oferta de refeições em kit (lunch box), take-away (incluindo drive-in) ou delivering;
5. Criação de locais de contingência para tomar refeições, segregando equipas em contacto direto ou potencial com casos suspeitos e casos confirmados (pessoal da saúde).
6. Considerar a eventual necessidade de fornecimento de alimentação aos doentes, com recurso integral a materiais descartáveis, nos casos em que tenha sido prescrito pelo pessoal médico.
7. Garantir de que nenhum alimento (mesmo embalado) regressa à cozinha ou zonas de distribuição de alimentos, depois de ter entrado nos circuitos de distribuição de alimentos.
8. Limitação da oferta alimentar, eliminando alimentos em auto serviço (ex: saladas, sopas, bebidas, entre outros), e passar os alimentos a linha de self. Substituir alimentos crus por alimentos confecionados (ex: vegetais cozinhados em substituição das saladas).
9. Criação nas zonas consideradas críticas, de um local de entrega de refeições e alimentos, que assegure a necessária segregação entre pessoal afeto à alimentação e pessoal da saúde, e evite a entrada ou contato em zonas críticas.