18 mar, 2020 - 16:43 • Maria João Costa
É o cenário avançado pela Organização Internacional de Trabalho (OIT) no dia em que Portugal avança com o estado de emergência: “cerca de 25 milhões de empregos podem ser eliminados em todo o mundo” como consequência da pandemia do novo coronavírus.
Num comunicado emitido a partir de Genebra, a agência das Nações Unidas para o mundo laboral faz uma nova avaliação sobre a crise económica e laboral gerada pela Covid-19. E ressalva que se houver “uma resposta política coordenada internacionalmente o impacto no desemprego, ao nível mundial, poderá ser significativamente menor”.
O tsunami gerado pela pandemia vai “empurrar milhões de pessoas para o desemprego, subemprego e situações de pobreza no trabalho” refere a OIT. A agência que reúne responsáveis de 187 países diz, no entanto, que se houver uma resposta política coordenada, “como a que aconteceu na crise financeira de 2008/9, então o impacto pode ser muito menor”.
Covid-19
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A OIT, que deixa um apelo a uma “ação urgente e de larga escala”, refere que as medidas devem assentar em três pilares: proteção dos trabalhadores nos seus postos de trabalho; estimulação da economia e emprego; e apoio ao emprego.
Por comparação de cenários, a OIT explica que a crise económica e financeira de 2008/9 gerou 22 milhões de desempregados e a pandemia do novo coronavírus pode gerar, no pior dos cenários, mais três milhões de perdas de trabalho – ou seja, um total de 25 milhões de desempregados.
Daí a organização que monitoriza o setor laboral ao nível mundial vir afirmar a necessidade de se alargar a proteção social e aliviar a carga fiscal sobre as pequenas e médias empresas (PME). A OIT defende ainda medidas de apoio financeiro e fiscal a determinados setores económicos.
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Guy Ryder, o diretor-geral da OIT, afirma categoricamente que “esta já não é apenas uma crise de saúde global, é a maior crise da economia e do mercado de trabalho com grande impacto nas populações”. Este responsável pede por isso uma resposta e uma liderança para enfrentar os efeitos diretos no mundo laboral.
A OIT considera que há grupos mais desprotegidos e que podem ser atingidos por esta crise laboral, nomeadamente as mulheres e os migrantes. Ryder indica que é preciso usar ferramentas como “o diálogo social” para responder a esta crise e juntar a isso outras respostas políticas apostadas na sustentabilidade e igualdade.