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ACEGE apela às empresas para não tirarem proveito da pandemia

20 mar, 2020 - 16:32 • Pedro Filipe Silva

A Associação Cristã de Empresários e Gestores (ACEGE) pede aos responsáveis das empresas que usem o despedimento de trabalhadores só em último recurso e que não comprometem o futuro com medidas de longo prazo. Apela ainda aos líderes que transmitam uma mensagem de esperança.

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Os tempos não são fáceis para as empresas. Devido à pandemia da Covid-19, muitas reduziram a produção, outras tiveram mesmo de fechar. A incerteza do futuro é cada vez maior. Perante este cenário, o presidente da ACEGE apela a que as empresas não tirem qualquer partido da situação. João Pedro Tavares sublinha que é preciso que as organizações olhem para o curto prazo para não prejudicar o futuro. “Seja por exemplo para despedimento de pessoas, seja para não cumprimento de prazos de pagamento. Que esse seja o último recurso. O apelo é não tomar medidas de curto prazo que possam comprometer o médio e longo prazo”, sublinha.

O responsável pela Associação Católica de Gestores e Empresários pede que se olhe para cada caso com muito cuidado. “É muito importante que se tome em consideração a circunstância social da família. O despedimento de um trabalhador cuja família não tenha outras formas de rendimento, terá um impacto social significativamente superior à situação de uma outra família que já tenha outro sustento económico.”

João Pedro Tavares pede também uma mudança de mentalidade. “Num tempo em que temos vacina para tudo, num tempo em que planeamos e desenhamos cenários e temos um controlo bastante grande das situações e onde se promove muito o individualismo, o sucesso pessoal, nós apelamos a uma visão diferente, para que se olhe para o curto prazo como um caminho para um longo prazo que será sempre de esperança e de fé na humanidade e no que o homem pode fazer”, diz o responsável católico.

Os líderes, sejam eles empresários ou políticos, têm também uma missão nestes novos tempos “Todos aqueles que têm responsabilidade de liderança têm de transmitir esperança, serenidade dentro das circunstâncias e de confiança no futuro. É uma guerra que não sabemos como e quando terminará, mas sabemos que vai terminar bem”.

Para poder minimizar os efeitos que esta pandemia possa ter nas empresas, a ACEGE vai promover nas empresas uma iniciativa para ajudar as famílias. “Será um semáforo que ajudará as famílias a fazerem uma auto-avaliação da sua situação de potencial pobreza, a dar conhecimento à organzaão, de forma a que sejam tomadas medidas de apoio”, explica João Pedro Tavares.

Já para os associados e outros que se queiram associar a Associação Católica de Empresários e Gestores está a preparar um conjunto de materiais online para permitir a ligação que se tem criado nos últimos anos. “Vamos disponibilizar as sessões que fazíamos de modo presencial, em formato digital, com conteúdos, boas práticas que possam conduzir a boas decisões e boas ações.”, conclui.

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